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Banerjee e o papel do governo

Banerjee fala sobre o papel do mercado e do Estado no combate à pobreza - e há espaço para ambos (grifos meus):

But in the end, the government must remain at the center of anti-poverty policy, because without some help and resources from the outside the poor face an utterly unfair challenge. It does not need to do all the things it currently does (badly) and it should certainly focus more on paying for things rather than making them: Income support and strategically targeted subsidies to key delivery agents (NGOs, Microfinance Institutions, private firms) can go a long way in making the lives of the poor better, without involving the government in delivery. But we should not forget that a very important part of what the government does are things that the market will not—behavior change, preventive healthcare, education for those who live in  areas where there are no private schools, emergency relief, etc. Even in these cases, the government can work with implementing partners outside the government, as the example of BRAC in Bangladesh has shown, but realistically, the government will continue to be a major delivery agent in the economy. The challenge for those of us who are in what someone might call the ideas sector, is therefore to think of ways  of redesigning what the government does to make it work better both in terms of choosing between what it does and what it delegates, and in improving its effectiveness in what it must do.

Comentários

Anônimo disse…
Um comentarista de Kant observa: "Even an inclination to help others (...) is still an inclination. A person who helps others because she has an inclination to help other only helps other people because she wants to. She is guided by her desires. She does not help peolpe because she is required to, because she must do so." Outro ponto que não pode ser esquecido são os interesses dos grupos políticos que comandam e direcionam as decisões de governo.
Chutando a Lata disse…
É no sentido de se mudar comportamento que ponho minhas fichas para que, principalmente no Brasil, a pobreza tenha seus dias contados. A mentalidade casa Grande & Senzala é , ainda e em grande extensão, dominante. Nesse sentido, encaro a política do salário mínimo como essencial para se evitar o chamado trabalho escravo. Veja a legislação sobre as empregadas domésticas: é completamente fora do contexto da civilização ocidental. Veja o trabalho rotineiro como de seguranças ou porteiros: 8 horas, enquanto na Europa , no máximo, 5 horas e meia. Além disso, ao se impor um salário mínimo razoável, as empresas pequenas assumem o caráter familiar que é tão comum nos países europeus.

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