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Mostrando postagens com o rótulo novo-keynesiansimo

Debates macroeconômicos

A pós-graduação em Economia da FEA-USP promoveu recentemente dois debates sobre temas macroeconômicos. (1) Os professores Gilberto Tadeu Lima, Fábio Kanczuk, Mauro Rodrigues e Pedro Garcia Duarte debateram o estado atual da macroeconomia. Todos, de certa forma, afirmaram que está havendo uma certa convergência no mainstream  da macroeconomia. A tradicional divisão entre novos-keynesianos e modelos Dynamic Stochastic General Equilibrium  não é mais tão estanque. Enquanto os novos-keynesianos utilizavam hipóteses de rigidez de preços, o pessoal de DSGE tinha modelos mais estruturados. O fato é que hoje, praticamente todos os papers de macroeconomia têm utilizados modelos DSGE com a utilização de idéias novo-keynesianas, que passaram a ser modeláveis ao estilo DSGE. Como sempre, o Giba chamou atenção para os que estão um pouco fora dessa convergência. Foi um bom debate para ficar atualizado na macroeconomia contemporânea. (2) André Lara-Resende, que participou da formulação do Plano Real,...

Resposta ao Stein I: salário-eficiência

Stein dos Rabiscos, com sua eloqüência e conteúdo habituais, criticou duramente meu post recente. Vamos por partes, começando pelo salário-eficiência. A idéia de que o salário-eficiência é uma situação que se sustenta no equilíbrio é uma idealização. Parte do pressuposto implícito de que não exista uma competição entre os trabalhadores empregados e os desempregados. Os desempregados que realmente quisessem trabalhar estariam dispostos a assinar contratos que garantissem sua produtividade. Além disso, se os trabalhadores não querem produzir a quantidade “X” ao salário “Y”, eles se enquadram na categoria de desemprego voluntário, ou seja, não fazem parte do desemprego do qual Keynes falava. Portanto, os salários são flexiveis e o que a teoria do salário-eficiência descreve é apenas um dos motivos pelos quais os trabalhadores decidem não trabalhar. Segundo Romer (2005), cap. 9, o qual trata do desemprego, a hipótese fundamental tanto no modelo básico de salário-eficiência como no modelo ...

Platão, imperfeições e novos-keynesianos

Na Grécia Antiga, Platão costumava diferenciar o mundo das idéias do mundo real. No mundo ideal, as formas eram perfeitas e suas correspondentes no mundo real eram apenas cópias imperfeitas. Nos intervalos de nossas sucessivas reencarnações, as almas contemplavam o perfeito mundo das idéias e reconheciam seus correspondentes no mundo real. Pensando em um exemplo, reconhecemos que pitbulls e puddles são cachorros porque lembramos vagamente de sua forma ideal, embora pitbulls e puddles sejam bastante imperfeitos. Compreender o mundo das idéias exigia abstração e Platão acreditava que a matemática, da forma geométrica trabalhada pelos gregos, era a melhor forma de compreender o ideal. A escola fundada por ele, a Academia, destacava-se por estudar intensamente a matemática, que era, portanto, um método superior de aquisição de conhecimento. Não obstante a motivação platônica fosse o ideal, em certos campos do conhecimento, a matemática tornou-se o único método válido, embora nada garanta q...