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Mostrando postagens de setembro, 2008

Monitoria

Fazem parte da vida do mestrando as atividades de monitoria. Todos os alunos da pós-graduação em Economia na FEA-USP são obrigados a dedicar um tempo aos alunos da graduação. Nesse semestre, a disciplina de Microeconomia II parou nas minhas mãos por intermédio de meu colega Richard . Certamente, a atividade mais chata e cansativa da monitoria são as correções de provas. Por vezes, corrigir provas é como assistir ao horário eleitoral. É chato, mas eventualmente, aparece alguma bizarrice engraçada. Também mexe com a empatia, os sentimentos: assim como estupefatos assistimos às figuras que pretendem ser vereadores ou deputados, também muitas vezes dá pena dos alunos que conseguem criativamente escrever os absurdos mais diversos. A parte que acho realmente divertida é dar aulas. Talvez os alunos não digam o mesmo: sempre há aquele grupo de alunos catatônicos sentados ao fundo, que às vezes nem parecem saber o que é um monopólio ou uma curva de custo marginal. Proporcionei-lhes uma rápida e

Congressos, história econômica e pensamento econômico

Recentemente, ocorreu na FEA-USP um Simpósio de Pós-Graduação em História Econômica. Tive a oportunidade de participar com um artigo sobre educação e poder político no Brasil de 1930 a 1964. Como era um simpósio de pós-graduação, foi como um jogo na série B, mas minha primeira apresentação mais séria. Uma lida nos resumos da maioria dos artigos do evento, no entanto, gerou um misto de preocupação e divertimento. Nos resumos já era evidente que muitos trabalhos ali deveriam ter qualidade muito aquém do esperado em cursos de pós-graduação sérios e bem conceituados que a maioria dos apresentadores representava. Não significa que meu trabalho fosse excelente, mas um nível de qualidade mínimo deveria ser exigido, e ali definitivamente não havia muitos trabalhos que satisfaziam esse requerimento. Muitos resumos eram inclusive hilários, tamanha era a falta de qualidade. É preocupante que a pesquisa em história econômica no Brasil, além de voltada autisticamente para sua própria literatura, ig

Cardeal Kasper fala de Lutero

Notícia veiculada na Ecumenical News International : Catholics can learn from Luther too, says Cardinal Kasper Frankfurt/Wittenberg (ENI). Roman Catholics can learn from the 16th-century Protestant reformer Martin Luther, the Vatican's top official for Christian unity, has said, as Protestant churches in Germany prepare to launch a 10-year series of events leading up to the 500th anniversary in 2017 of the Lutheran Reformation. In an interview published in the Frankfurter Allgemeine Zeitung newspaper, Cardinal Walter Kasper encouraged Catholics to read Luther's commentaries on the Bible, and his "hymns full of spiritual power". The cardinal said he also hoped Protestantism would return to the faith of Martin Luther, "who would have been deeply averse to all of today's liberal tendencies". [457 words, ENI-08-0756]

Matemática e Teoria Econômica

Semana passada, tivemos a oportunidade de assistir mais um dos seminários promovidos pelo ex-ministro Delfim Netto. Professor emérito da casa, Delfim sempre convida dois economistas, um da FEA e outro de fora, para debater assuntos de interesse acadêmico. Desta vez, o seminário foi sobre o papel da matemática na teoria econômica. Não são tão poucos os que rejeitam completamente o uso da matemática na Economia, pelo menos no Brasil. É claro que esse preconceito tem se esvaecido com o tempo. Amartya Sen e Paul Krugman, economistas um pouco (apenas um pouco) menos rejeitados por setores heterodoxos, já falaram bastante da utilidade da construção de modelos e das vantagens do instrumental matemático. Não é de se surpreender que mesmo alguns pós-keynesianos tem usado modelos matemáticos, sem contar alguns marxistas analíticos. O professor que representou a FEA no seminário foi o Chiappin, doutor em Filosofia, Física e Economia. Um professor excelente e de currículo invejável, cuja hiperativ

U2, Tolerância e Relativização

Ontem fui assistir o show U2 3D, utilizando a nova tecnologia de projeção que permite que vejamos as cenas como se tivessem profundidade, ou seja, três dimensões. Não obstante a novidade e a utilidade desta nova tecnologia (recomendo fortemente que vocês vejam um filme nos cinemas com essa tecnologia), vou tratar de outro assunto aqui. Um assunto diretamente relacionado so show do U2, uma banda que tem muito de suas letras e atitudes inspiradas em sua fé cristã. Um conceito que ficou muito famoso nos shows do U2 é a idéia de coexistência: não importa em que acreditamos, devemos coexistir com os demais. Em resposta às guerras e conflitos religiosos, principalmente entre as grandes religiões monoteístas, todas relacionadas ao patriarca Abraão, o U2 tenta mostrar nos shows o quão estúpidos são esses conflitos. Sendo cristãos, eles enfatizam que cristãos, judeus e muçulmanos são filhos de Abraão e que essas brigas não faze sentido algum. Mais do que isso, em um momento do show, Bono relati