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Mostrando postagens de setembro, 2007

Projeto de dissertação

Aí vai o resumo do meu projeto de dissertação de mestrado entregue à FAPESP no fim de agosto sob a orientação do Prof. Dr. Renato Perim Colistete (a quem preciso agradecer devido a enorme ajuda que possibilitou a entrega do projeto antes de minha viagem): O objetivo do estudo é analisar como a distribuição de poder político desigual existente no Brasil influenciou as decisões relacionadas à provisão de serviços públicos como saúde e educação, aspectos importantes para se avaliar os níveis de padrão de vida entre o final do século XIX e meados do século XX. Para o fim proposto, o estudo utilizará o arcabouço teórico da Nova Economia Institucional, cujo principal representante é Douglass North, e as novas contribuições nessa linha de pesquisa para a história econômica da América Latina, principalmente Engerman & Sokoloff (1997, 2002), segundo os quais a desigualdade latino-americana tem suas origens na dotação inicial de fatores e no tipo de colonização resultante, o que teria levado

Resposta ao Joel: Ecumenismo

Recentemente, muitas pessoas questionam-me acerca da relevância do movimento ecumênico e, particularmente, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Em recente comentário, Joel Pinheiro perguntou-me o que de concreto teria conquistado o movimento. Acredito que o movimento ecumênico é relevante independentemente de seus resultados “concretos”. Utilitarismo não é uma boa ética para julgá-lo, acredito eu. O ecumenismo é relevante por tentar afirmar que todos os cristãos têm sua fé fundamentada em Jesus, considerado o Filho de Deus. Se temos essa característica em comum, é importante que esforços sejam feitos pela preservação de algum tipo de unidade apesar das diferenças teológicas. Se existe algo de concreto a respeito disso, temos a busca por um entendimento mútuo e o fato do CMI ter até conseguido editar um livro sobre “A Natureza e a Missão da Igreja”, aprovado por teólogos representando diversas tradições cristãs. Ainda hoje, diferenças impedem os cristãos de praticar a Eucaristia c

Nova teoria de justiça no forno

"Reasons for Justice". Pelo que entendi, esse será o novo livro de Amartya Sen propondo uma alternativa teoria de justiça. Justiça foi o tema da palestra Mabdul Ul-Haq que ocorre anualmente durante a conferência da Human Development and Capability Association. Para fazer justiça a algumas pessoas, Sen lembrou de Ul-Haq e de Rawls, para quem ele deve muito de suas idéias. Em sua palestra, Sen enfatizou quatro pontos: (1) vida e liberdades (freedoms), (2) responsabilidade e poder efetivo, (3) abordagem comparativa e não-transcendental e (4) desenvolvimento humano como abordagem que cobre irrestritamente e globalmente. Outra hora, em momento mais apropriado, posso também comentar a respeito disso. Jogados dessa forma, os pontos apresentados parecem não fazer sentido algum. Embora o sotaque indiano de Sen tenha me impedido de entender a maior parte das piadas, acho que entendi a mensagem. Essas características são as que diferenciam a teoria de Sen das outras teorias contemporâne

Breves comentários

Na semana passada, a Comissão de Assuntos Internacionais do Conselho Mundial de Igrejas se reuniu pela primeira vez para um mandato de 7 anos. Como moderador da Comissão, o Rev. Kjell Bondevik, ex-chanceler e primeiro-ministro norueguês, coordenou a maior parte das seções. Chegamos a algumas conclusões, as quais detalharei posteriormente. O tempo foi muito escasso e infelizmente não pude escrever. De qualquer forma, estou agora em NY para conhecimento geral. A Conferência Anual da Human Development and Capability Association está sendo realizada na New School. Até agora tem sido legal. Ontem, Martha Nussbaum, filósofa de Chicago, e Hilary Putnam, filósofo de Harvard, foram os principais palestrantes. Amanhã é a vez de Amartya Sen à tarde, vamos ver como será. Em breve detalho mais e respondo à questão do Joel no tópico anterior.

Divagações de um viajante na Suíça

Ontem passamos a tarde em Neuchâtel: a primeira cidade da Suíça de língua francesa que conheci. A arquitetura por lá é um pouco diferente das cidades germânicas. Não obstante o fato de ser menos conhecido que Luzern, Neuchâtel é muito relaxante e menos turística. Em Luzern, havia turistas demais na minha opinião... e eu era um deles. Hoje foi a vez de conhecer a maior cidade do país: Zürich. Os carros lá em geral parecem ser mais caros. Os bancos podem ser encontrados em várias esquinas. É, de fato, a cidade economicamente mais imporante que vi até agora, pelo menos na aparência. Como disse o Daniel, os habitantes de Bern não passam de camponeses perto do pessoal de Zürich. Por isso, eles talvez tenham a mente mais aberta, pro bem e pro mal, como quase tudo nesse mundo. As fotos estão no meu álbum do orkut. Recomendo fortemente que dêem uma olhada. *** O sistema democrático suíço é bastante curioso. Eles tem sete governantes a nível federal. Embora exista um parlamento, qualquer cidadã

Lucerna e algumas outras observações

Hoje visitei Luzern (Lucerna) sozinho pela tarde. Alena e Daniel precisavam ir ao casamento da irmã de Daniel e, então, escapei com o intuito de incomodá-los o menos possível. Logo que saí da rodoviária (Bahnhof) me deparei com um belo lago à direita, cujos habitantes mais chamativos são os cisnes - sociáveis criaturas que andam pelas calçadas querendo comida dos turistas. Diferentemente de Bern, Luzern tem maior influência católica, pelo que pude perceber pelo número de velhas igrejas católicas que encontrei nas minhas andanças. Tal predominância foi confirmada pelo casal que está me hospedando, uma vez que o cantão da região é historicamente católico. Além disso, a economia de Luzern é visivelmente voltada para o turismo. Uma espécie de Gramado superdesenvolvida. Muitos hotéis e uma extensa oferta de serviços para as centenas de turistas que eu mesmo vi. Muitos orientais, muita gente falando inglês, além, é claro, do Schweizer Deutsch deles. O curioso na Suiça é que uma refeição é mu

Os problemas suíços (atualizado)

Os suíços são bastante curiosos em relação ao Brasil. Para eles, que não tem problemas de pobreza graves, a preocupação com as necessidades materiais básicas das pessoas não existe. O que os preocupa hoje são algumas formas de exclusão social. Por exemplo, uma criança pode ter problemas de convívio porque não usa roupas de marca, embora ela tenha uma boa alimentação e casa para morar. O indivíduo "pobre" na sociedade suíça trabalha muito e tem pouco tempo de lazer, mas ninguém passa fome ou é desabrigado involuntariamente. A igualdade de poder político existente há tempos na Suiça reflete-se na atratividade do país para pessoas famosas. Michael Schumacher vive na Suiça porque ninguém o incomoda por lá pelas ruas, ele pode andar livremente. Diferentemente do que acontece na Inglaterra, onde a rainha fecha o shopping para fazer compras, aqui o presidente do país espera na fila como qualquer outra pessoa. E, embora ele seja o presidente, dificilmente alguém vai incomodá-lo. É

na Suiça

Prezados visitantes desse blog, Estou nesse momento na cidade de Bern na Suíça. Mais tarde conto sobre minha experiência na viagem de ida e sobre algum aspecto econômico interessante desse país. O que já é notório por aqui é o contraste entre antigas e simpáticas construções e prédios modernos. Nesse momento, uma garoa fina apesar do sol fulgente cai por aqui. Pelo menos o teclado do meu amigo suiço Daniel tem cedilhas e acentos.