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Fontes primárias

A pesquisa em história econômica é por vezes cansativa. Examinar as leis da República para ver se houve alguma mudança institucional relativa à política educacional no Brasil é como procurar uma agulha no palheiro. Principalmente quando descobrimos que, durante quase toda a nossa história, o ensino básico fora da capital ficou a cargo das províncias. Documentação primária cansa e, por vezes, desanima.

Inúmeras obras consideradas de referência hoje em história econômica não tocam em um documento primário. A partir do que outros escreveram, alguns autores como Lourdes Sola (1998), lançam outra interpretação para a economia e a política de meados do século 20 no Brasil. Um texto do Newton Bueno (2007), publicado na "Estudos Econômicos" ano passado também lança nova interpretação para a Revolução de 1930 baseada nas idéias da Nova Economia Institucional (ação coletiva, especificidade de ativos, etc.) sem referência a documentação primária (o autor reconhece isso). É claro que isso não invalida a publicação: conseguir ter uma idéia alternativa de interpretação apenas a partir da teoria já é algo interessante (a idéia do Bueno é bem divertida, por exemplo). Mas é claro que, para que ela possa adquirir mais credibilidade, é necessário ainda muita "mão na massa".

A conclusão é que a pesquisa em fontes primárias é necessária, apesar de todo o trabalho que precisa ser feito. É nessas horas que seria bom ter um bolsista, haha. Nesses momentos, lembro de colegas como o Diego, que era bolsista do Prof. Nogueirol em trabalhos sobre escravidão que, através de pesquisas em arquivos, conseguiram resultados bons e prêmios em salões de iniciação científica. Uma boa pesquisa primária cansa, mas vale a pena.

Comentários

D disse…
Cansa, e muito!

Sobre a escravidão, porém, já existe uma boa quantidade de dados coletados de diversos países onde esse fenômeno marcou época, e, claro, do Brasil, onde marcou mais.

Os dados que coletamos do RS são públicos, à disposição de quem quiser utilizá-los.

Abraço.

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