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Por que os ingleses bebem cerveja?

Essa é uma das fundamentais perguntas que John Nye, historiador econômico da George Mason University, tentou responder na sexta-feira em sua palestra sobre seu novo livro "War, Wine and Taxes". O livro trata sobre os conflitos e as políticas comerciais de Inglaterra e França. Desafiando o que sempre se diz, Nye percebeu que a política britânica foi bem mais protecionista do que a francesa, o que explica porque ingleses bebem cerveja e não vinho.

A palestra foi muito boa (uma das raras vezes que temos bons seminários), uma vez que Nye tem um bom senso de humor, além de explicar de forma clara e audível. E é claro, pelo assunto ser interessantíssimo. Isso não significa que todas suas conclusões estejam certas, mas deu vontade de ler o livro.

Como conclusão, Nye sustentou que a Inglaterra cresceu apesar das restrições ao livre comércio. No entanto, isso não pareceu derivar logicamente de sua argumentação. Talvez o livro possa esclarecer um pouco disso.

Comentários

D disse…
Então quer dizer que os ingleses bebem cerveja devido só ao protecionismo comercial?

Esse mundo está precisando de mais poesia...
Mas os ingleses não compravam Vinho do Porto, de Portugal, a uma tarifa zero de importação?

Meio estranho isso.

Ah, e o trabalho não teve uma "análise empírica" refinada, com direito à degustação?
Thomas H. Kang disse…
Sim, o Nye comentou sobre o tratado de Methuen. Aliás, ele disse que o exemplo ricardiano de vinhos e tecidos era péssimo, uma vez que Portugal era praticamente uma colônia da Inglaterra. Em geral, as vinícolas de Porto eram de ingleses.

De qualquer forma, isso não parece ter sido tão significativo pelo jeito. Sei lá, tem que ler o livro. Enfim, a proteção efetivamente teria ajudado a cerveja, uma vez que o vinho barato é que foi expulso do mercado. Algo assim. Mas não sei se ele tem razão. Essa é a tese do cara...
Joel Pinheiro disse…
Bom, ao menos a cerveja inglesa é muito boa! E, de fato, a Inglaterra era protecionista; creio, no entanto, que internamente, era bem mais liberal que a França, não é mesmo?
D disse…
Logo, conclusão: Nem tudo que se produz sob protecionismo é ruim.

Abraço.
Thomas H. Kang disse…
Heuheuaheuae, acho que o Joel não vai concordar muito com o que o Diego disse, hehe.

Bem, de fato, Joel, a França tinha taxas dentro do país, enquanto a Inglaterra tinha abolido as taxas no seu mercado interno, salvo engano.
Joel Pinheiro disse…
Se não me engano, para exercer qualquer função na França era necessário uma permissão da Coroa. Claro que o sistema era cheio de corrupções, mas ainda assim era um custo considerável.

Diego: nem tudo o que se produz sob protecionismo é ruim, concordo plenamente. Mas o custo do protecionismo, para a sociedade, é superior ao benefício que ele gera.

Sem falar que, apesar de possível, é muito improvável que o que se produz sob protecionismo seja bom (algum nível de bondade terá, é claro: os computadores brasileiros, por piores que fossem, funcionavam, podiam ser usados para satisfazer alguma necessidade humana).

Se os produtores de bebida inglesa tivessem que competir com bebidas importadas, teriam que melhorar a qualidade de seu produto. Ou seja, quem sabe, a qualidade da cerveja inglesa seria AINDA MELHOR.

Mas sim, claro: o protecionismo, apesar de sempre ruim, não aniquila a economia ou a produção de bens; coisas boas continuam a ser produzidas, APESAR do protecionismo.
D disse…
Eu estava sendo irônico... O Thomas e o Ricardo, que me conhecem, devem ter percebido.

Foi para provocar... E consegui, pelo jeito!
Thomas H. Kang disse…
Hehe, Diego, entendi sim que era piada. Mas não saberia dizer qual sua posição acerca de protecionismo.
D disse…
Sem perguntas íntimas, Thomas...
Joel Pinheiro disse…
Hah, nada me é mais provocante que um discordância econômica!

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