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PISA, educação, salários e o Judiciário

Para quem não tem acompanhado os noticiários nos últimos dias, estão por aí os resultados do PISA 2009 - um teste de educação da OCDE. O Executive Summary com os principais resultados estão aqui. Como esperado, países como Finlândia, Coreia e China se destacaram. Países como Brasil e Argentina amargaram posições de desvantagem no ranking, perdendo para grande parte do Leste Europeu. O Brasil pelo menos mostrou evolução rápida: terá sido também consequência do sufrágio universal a partir de 1988?

Em entrevista na GloboNews sobre o teste da OCDE, um historiador respondeu a pergunta do jornalista acerca da falta de professores de matemática. Segundo o entrevistado, cujo nome esqueci, ele dizia que era difícil manter uma pessoa de nível superior ganhando cerca de 600 reais mensais em condições precárias. Difícil falar em melhoria na educação de fato.

Enquanto isso, o ministro do STF, Cezar Peluso, continua defendendo o aumento de salário dos servidores do Judiciário, como já tinha sido alardeado no mês passado. Na época, ele teria falado de aumento de 56%. Ele negou esse número, mas as justificativas dele para o aumento são ótimas: muita gente sai do Judiciário e vai parar no Legislativo ou Executivo, onde ganham muito mais. E as milhares de pessoas que deixam carreiras de professor do ensino fundamental e médio (e outras muito mais produtivas) para grampear papeis no Judiciário?

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