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Consumo no Natal

Apesar da crise, o consumo do natal foi o maior dos últimos anos, segundo a Zero Hora de hoje, jornal de Porto Alegre. O varejo está comemorando as vendas. A previsão de crescimento do PIB para esse ano continua alta (maior do que 5%): a crise só deve bater ano que vem.

Lembro-me da época em que precisava estudar consumo. É importante tentarmos explicar o que acontece. Por um lado, os consumidores podem estar com a percepção de que a crise vindoura será passageira ou fraca, com pouca influência em suas rendas reais. Por outro lado, os consumidores podem não levar isso em conta (em um processo de auto-engano coletivo). Nesse último caso, teríamos uma função de consumo keynesiana tradicional. Talvez algum outro leitor desse blog tenha mais palpites. Faz tempo que eu não estudo essas coisas.

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Na festa de Natal que juntamos quatro famílias, muitos presentes foram distribuídos. Se os presentes dados ali fossem os do agente representativo da economia, o povo do comércio estaria também bem feliz. Em um momento, entretanto, lembramos do verdadeiro motivo das festas, geralmente perdido em meio ao reencontro familiar e aos infindáveis presentes. Como dizia Lutero:

"Creiam que Cristo nasceu para vocês e que o nascimento aconteceu para o bem de vocês. Pois a Escritura Sagrada não afirma apenas: Cristo nasceu, mas diz: nasceu para vocês. Também não afirma apenas: eu anuncio uma alegria, mas diz: eu anuncio uma alegria para vocês. Creiam que Cristo nasceu para vocês".

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