Pular para o conteúdo principal

Os estranhos hábitos de alguns paulistanos

Não tem nada a ver com economia o que vou dizer. Talvez tenha um pouco a ver com religião. Apenas vou contar sobre um estranho episódio que ocorreu na sexta-feira, dia de Finados.

Estávamos eu e o Felipe Garcia, ex-colega da UFRGS e hoje no mestrado da FGV-SP em frente a lanchonete Bob's. Após consumirmos o famoso milk shake de ovomaltine e falarmos da beleza das mulheres gaúchas, deparamo-nos com uma multidão, que perfazia cerca de uma centena de pessoas. Elas estavam estranhamente fantasiadas: todas pareciam estar mortas, muitas delas com sangue falso em várias partes do corpo e vestidas com roupas pretas, algumas carregando foices, etc. Ao se aproximarem do Bob's, alguns deles diziam em coro em tom grave: "O-vo-maltine! O-vo-maltine!".

Bizarrices que ocorrem na grande metrópole brasileira, onde a economia é mais pujante. Mais um bom motivo para entendermos que nem sempre a opulência é melhor. Em Porto Alegre não sou obrigado a ver esse tipo de coisa e tenho melhor qualidade de vida, hehe.

Comentários

Essa passeata não era uma tal de "Zombie Walk"? Meus colegas que já moraram em São Paulo me falaram de algo parecido...

E em BH, já organizaram uma Zombie Walk, em que um dos participantes não era ninguém menos do que o nosso professor de otimização dinâmica. Pena que, por causa das provas (no final do semestre passado), não pude ir ver.
Wander disse…
Se for algum Bob's na região da Paulista eu diria que você topou com um grupo de jogadores de RPG. Eu sou adepto desse tipo de jogo mas nunca fui dado a insanidades desse tipo. Provavelmente era um grupo recém saído de algum LARP (Live Action Role Play) onde eles interpretam o jogo como se fosse uma verdadeira encenação teatral. Mas relaxe, que 99,99% dos RPGistas sabem diferenciar jogo da realidade e nunca mataram ninguém, como já foi noticiado na TV, hehehe
Anônimo disse…
Sem querer te ofender caro colega, acho que vc precisa viajar mais e ser aberto a novas culturas, não precisando participar delas.Não sei quantos anos tens, mas ainda tem muito tempo para melhorar seu caracter critico das coisas.
Uma passeata não mede indice de qualidade de vida.E teu estado que eu conheco bem , precisa comer muito churrasco para chegar onde esta São Paulo.Re Abdala
Thomas H. Kang disse…
Hehe, isso foi piada bairrista mesmo, não se preocupe.
Já viajei bastante e moro em São Paulo. Simplesmente postei isso por motivo de piada.
Sem contar que sua própria declaração "precisa comer muito churrasco para chegar onde está São Paulo" é tão ou mais nutrida de preconceito do que o que escrevi.

Concordo que fui irresponsável porque muita gente de fora lê esse blog e não me conhece direito.
Abraço

Postagens mais visitadas deste blog

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen