O seminário de história econômica ocorrido hoje contou com a participação do Prof. Dr. Gabriel Porcile (UFPR). Seu texto, em parceria com Luís Bértola, chama-se "Convergence, Trade and Industrial Policy: Argentina, Brazil and Uruguay in the international economy, 1900-1980".
Foi um bom ensaio de história comparativa utilizando o modelo de crescimento com restrição externa de Thirwall (de tradição keynesiana, "demand-led") e o índice de estrutura de Krugman. O modelo de Thirwall e sua lei são desconhecidos para mim, que nada sei de pós-keynesianismo - sei apenas que esse modelo leva em consideração a influência das contas externas para o crescimento econômico. O índice de Krugman eu também desconhecia, mas pelo que entendi, trata-se de um índice que mensura a similaridade de estruturas produtivas: quanto menor seu valor, mais parecidas são as estruturas produtivas dos países em termos de participação percentual dos setores na economia.
Com esse arcabouço e tentando mostrar evidências, Porcile concluiu que, embora muito longe do ideal (leia-se, tigres asiáticos por exemplo), o Brasil ainda conseguiu, devido a mudanças estruturais promovidas, sustentar alguma trajetória de convergência com os países centrais, enquanto Argentina e Uruguai divergiram.
Embora Porcile tenha indicado um papel importante para a política industrial (ortodoxos, contenham-se) e para uma certa estabilidade política (esquerdistas, contenham-se), ficaram para mim mais dúvidas em relação às causas do crescimento. Instituições? Cultura? Política? Dotações? Conhecimento? Tudo junto misturado?
Coisas a serem pensadas. As dúvidas sempre permanecem quando nos deparamos com história econômica comparativa. Se ficaram curiosos, mais detalhes podem ser vistos clicando aqui para baixar o texto.
Foi um bom ensaio de história comparativa utilizando o modelo de crescimento com restrição externa de Thirwall (de tradição keynesiana, "demand-led") e o índice de estrutura de Krugman. O modelo de Thirwall e sua lei são desconhecidos para mim, que nada sei de pós-keynesianismo - sei apenas que esse modelo leva em consideração a influência das contas externas para o crescimento econômico. O índice de Krugman eu também desconhecia, mas pelo que entendi, trata-se de um índice que mensura a similaridade de estruturas produtivas: quanto menor seu valor, mais parecidas são as estruturas produtivas dos países em termos de participação percentual dos setores na economia.
Com esse arcabouço e tentando mostrar evidências, Porcile concluiu que, embora muito longe do ideal (leia-se, tigres asiáticos por exemplo), o Brasil ainda conseguiu, devido a mudanças estruturais promovidas, sustentar alguma trajetória de convergência com os países centrais, enquanto Argentina e Uruguai divergiram.
Embora Porcile tenha indicado um papel importante para a política industrial (ortodoxos, contenham-se) e para uma certa estabilidade política (esquerdistas, contenham-se), ficaram para mim mais dúvidas em relação às causas do crescimento. Instituições? Cultura? Política? Dotações? Conhecimento? Tudo junto misturado?
Coisas a serem pensadas. As dúvidas sempre permanecem quando nos deparamos com história econômica comparativa. Se ficaram curiosos, mais detalhes podem ser vistos clicando aqui para baixar o texto.
Comentários
Coincidentemente, eu vou trabalhar com o modelo de Thirwall para meu artigo de Tópicos Especiais em Econometria (Dados em Painel), aplicando para a América Latina.
O modelo de Thirwall não tem mistério nenhum (e por isso vou trabalhar com ele), é só uma formalização pós-keynesiana da teoria de crescimento do Kaldor (te lembra das aulas do Conceição e do Júlio? E do texto Ö Fio da Navalha"?). Esse tema está muito em moda hoje em dia na macroeconometria.
Se tu quiser, te mando os papers originais do Thirwall.