Jeff Sachs estava há algum tempo fazendo uma espécie de campanha para que ele fosse indicado pelos EUA para a presidência do Banco Mundial. No seu blog, ele parabenizou a indicação de Jim Yong Kim feita pelo presidente norte-americano Barack Obama. Traduzindo um pouco do que Sachs quis dizer, Kim é um verdadeiro "development practicioner" e, portanto, estaria qualificado para o cargo.
O grande desafio é que Kim, nascido na Coreia, mas atualmente reitor do Dartmouth College nos EUA, é médico e não economista. De fato, Kim é muito envolvido com a causa da saúde pública em países pobres. No entanto, em reportagem do Washington Post, muitos como Bill Easterly levantam suas dúvidas a respeito de ter um médico e não um economista liderando uma organização como o Banco Mundial. Todavia, quem sabe as políticas bottom-up estejam mais presentes com essa nova liderança: Kim não apenas é médico, ele tem doutorado em Antropologia por Harvard - antropólogos costumam ser mais preparados para fazer o meio-de-campo entre organizações e populações. Quebrar a lógica da politica top-down em direção ao bottom-up é uma busca constante.
PS: Vejam aqui sobre a Partners in Health, organização com a qual Kim está envolvido há muitos anos. Observem que eles falam em "opção preferencial pelos pobres", frase típica da teologia da libertação (nesse ponto geral, concordo com a fundamentação bíblica da preferência pelos pobres).
PPS: Falando em religião, pobreza e Banco Mundial: minha colega e coordenadora Gabriele acaba de me passar o link desse livro sobre a pobreza e os valores judaico-cristãos.
PPPS: E falando em saúde, olhem esse post do Comim sobre nutrição.
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