Iniciou hoje o World Economic History Congress 2009. Cerca de 1200 participantes em Utrecht, cidade agradável com seus canais e particular arquitetura. Na abertura, a palestra de Daron Acemoglu do MIT sobre história e desenvolvimento na igreja da cidade. Um resumo muito bom de boa parte de seus papers, misturando seus trabalhos de mercado de trabalho e tecnologia com seus trabalhos sobre instituições, poder político e desenvolvimento.
Na primeira seção da manhã, assisti uma seção de teses. Travei contato então com Aldo Musacchio, atualmente na Harvard Business School, que trabalha com Brasil e também está interessado em educação. Além disso, após eu fazer uma pergunta, o famoso historiador brasilianista Joseph Love percebeu que eu era brasileiro e, simpaticamente, veio falar comigo. Gente boa.
Na seção da tarde, teve o vice-presidential session, presidido por Jan Luiten Van Zanden, sobre desigualdade global no longo prazo. A sessão estava completamente cheia, uma vez que lá estavam na mesa também Jeffrey Williamson, Peter Lindert, Luis Bértola, Branko Milanovic e Daron Acemoglu. Na foto, vocês podem ver Bértola, Acemoglu e Lindert em primeira mão.
E então aconteceu. O uruguaio Bértola mencionou seu trabalho sobre a mensuração de desigualdade no Brasil, em que ele usa uns dados do Leo Monastério para o Rio Grande do Sul. Até aí tudo bem, mas ele tenta aplicar isso pra todo o Brasil, pelo que eu tinha entendido. Levantei e expressei minhas preocupações, que podem não parecer engraçadas, mas piada é questão de timing:
"You are using data from Monasterio, which is for a specific province, Rio Grande do Sul, and using this pattern to the whole country. The thing is that I am from Rio Grande do Sul, and we usually claim that we are different from the rest of the country, like Bavarians or... Catalunyians. Well... because of the different historical formation of Rio Grande do Sul. If you were using this data of Rio Grande do Sul for Uruguay, I would be feeling better with that, it would make more sense... at least we drink mate..."
Assim que eu falei do mate, o Acemoglu deu uma gargalhada.
Eu fiz Acemoglu dar uma risada alta e em público. Nunca escreverei papers como ele, mas, pelo menos ele riu da minha piada. Não esperava que um turco considerado o melhor economista da nova geração fosse gargalhar devido à minha piada dos pampas.
Eu tava bem de piada. Bati um papo com o Peter Lindert depois e fiz ele dar umas risadas. Não estava conseguindo falar muito seriamente. Vou tentar ser uma pessoa séria amanhã.
Posteriormente, vou ver se faço um resumo da palestra do Acemoglu.
Comentários
Abração
Aproveita que conseguiste a simpatia do Acemoglu e tenta uma bolsa de doutorado com ele. Imagina, o novo manual de Crescimento Econômico "Acemoglu & Kang". Chique, né?
Abração
Valeu pela referencia. Mas se eu me lembro bem, o Bertola tem outras fontes, nao? Ele estah com as listas de votantes de SP e mais umas outras coisas. ou estou enganado?
Abs
desculpe pela demora, mas é que estou muito ocupado mesmo.
Aquela sua piada foi muito boa, contei pra todo mundo aqui no MIT. O Banerjee se cagou de rir. Já o Hausman não entendeu direito (ele é meio devagar mesmo).
Abraços e viva o Fenerbache (vamo Elano)!
Esse estudo teve a participação do Prof. Sabino?
Obrigado.
Danilo: confesso que não entendi o que você disse...