Lugar feio que a gente está em Utrecht para o World Economic History Congress, não? Esse é o pátio do que chamamos de Academy Hall, ao lado da Dom Kirke, a gigantesca igreja da cidade.
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O uruguaio Luís Bértola me viu e disse em português: "Ô cara!". Aprocheguei-me e perguntei se tinha pegado pesado na pergunta. "Não - é assim que se avança", disse ele, "tu sabe que metade dos uruguaios querem ser argentinos, a outra metade quer ser brasileira. Eu faço parte do grupo dos que querem ser brasileiros". Pelo menos foi mais ou menos isso. Gente boa ele.
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Muitos aqui tem expressado seu desejo de fazer um pós-doutorado em Utrecht. Cidade muito agradável, com muitos bares e restaurantes a beira de canais. Poucos carros, muitas bicicletas. Ademais, é perto de Amsterdam, caso seja necessário ir para a cidade grande. Entre 20 e 30 minutos de trem.
Até agora, só tenho elogios à organização holandesa. Até agora não houve maiores falhas, apesar do sonífero calor que tem feito dentro de algumas das salas lotadas.
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Eu vi Angus Maddison: o homem que compilou dados de PIB pra todos os lugares em todos os tempos (claro que com problemas). Tá bem velhinho, andando lentamente e de cachecol enquanto a temperatura está por volta de 30 graus. No seminário em que esteve apresentando, mal dava pra ouvir sua voz. Nessa sessão, ele basicamente foi pessimista sobre o cenário da economia em 2030 (era esse o objetivo da sessão, fazer profecias para 2030). Os outros também foram em geral, mas nem tanto.
Infelizmente, Kevin O'Rourke não apareceu, mas Leandro Prados falou por ele. Nick Crafts também não esteve, mas Peter Lindert, que não estava previsto, fez suas considerações. Também estavam Jeff Williamson, Debin Ma, Paul Rhode, entre outros - conhecidos historiadores econômicos. Mas tinha muita especulação, não foi uma sessão tão proveitosa.
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Ontem conheci o Colin Lewis finalmente, historiador econômico especializado em América Latina da LSE. Além disso, fui também para uma sessão sobre Índia, em que havia um bom trabalho sobre financiamento da educação na Índia. Vou manter contato com a moça, que publicou na edição de março desse ano na Journal of Economic History sobre a educação primária no país em questão.
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