Escrevi recentemente na Carta de Conjuntura da FEE sobre os gastos em
educação por estudante no Brasil. Como o espaço na Carta era pequeno, vale a
pena colocar algumas referências aqui sobre esses gastos e, principalmente,
compará-los com as despesas em educação de outros países.
Como indiquei na Carta, de acordo com dados do MEC-INEP, para cada real que
gastamos no Brasil com o estudante da educação básica, gastamos cerca de R$
5,20 com o estudante do ensino superior em 2009. Um indicador levemente
diferente, a razão gastos com estudante do ensino superior (tertiary education)
sobre gastos com estudantes do primário (primary education), atinge o valor de
5,88 para o ano de 2007 no Brasil. Se observarmos o que acontece lá fora, essa razão é, em geral, muito menor:
País | |
Estados Unidos | |
Suécia | |
Coreia do Sul | |
México |
É natural que, devido às despesas com laboratórios e pesquisa, por exemplo,
os gastos com o ensino superior sejam maiores do que os do ensino primário. No
entanto, como é notório, há uma desproporção relativa nos valores apresentados pelo Brasil.
Temos duas interpretações possíveis: ou os gastos no ensino superior são altos,
ou os gastos no ensino primário é que são baixos. Pelos valores apresentados
na tabela da OCDE, parece que nosso problema é a segunda opção: gastamos muito
pouco no ensino primário. Não que gastos reflitam necessariamente em qualidade
ou eficiência, mas refletem quais são as prioridades dos nossos governos nessa área. Felizmente, a
situação tem melhorado: em 2000, a razão gasto por estudante da educação
superior sobre gasto por estudante da educação básica chegava a 11,1 no Brasil.
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