Alguns artigos recentes lançados pelo NBER merecem leitura. Na verdade, vários deles, mas vou ater-me aos da área de história econômica.
Jeffrey Williamson, de Harvard, escreveu um paper com o seguinte curioso título: "History without Evidence: Latin American Inequality since 1491". Nosso pequeno grupo de estudos já o leu e o texto incomodou profundamente a maioria do grupo. De qualquer forma, Williamson é um cara importante. Aparentemente, ele não é um cara que se importa muito com instituições.
Nathan Nunn faz um artigo síntese sobre a importância da história no estudo do desenvolvimento. Pra quem não sabe, Nunn tem papers muito legais, inclusive um na QJE sobre África. Esse eu novo eu não li ainda, mas pretendo fazê-lo em breve:
É possível inscrever-se no site do NBER e receber periodicamente a lista de novos paper lançados no site com seu resumo. Principalmente para aqueles procurando novas referências, é uma fonte valiosíssima, uma vez que muitos papers que são posteriormente publicados em revistas, aparecem nesse site antes. Outros acabam nem sendo publicados, mas constituem importante referência.
Comentários
Os artigos do Nathan Nunn são bastante interessantes. Temo, entretanto, que sobre conhecimento histórico e falte conhecimento econométrico por parte do autor. Ilustro minha afirmação com uma frase que está no paper dele sobre escravidão e desenvolvimento que saiu no QJE.
"The existence of gold and silver mines was a determinant of the demand for slaves in Brazil" (p. 160)
Não preciso dizer que essa frase está repleta de erros. Não só o Brasil não possui reservas relevantes de prata como mesmo o efeito (direto e indireto) da exploração de ouro no sobre a demanda por escravos deve ter sido menor que o efeito de outras atividades econômicas (cana-de-açúcar, café etc) sobre a demanda por escravos.
Dado que o Brasil foi o maior importador de escravos no período, não se trata de um erro irrelevante.
Att