Em minha última viagem eclesiástica, conversei com um amigo do Zimbabwe. Masimba é cego, mas formado em ciências sociais - teve a sorte de ter condições para isso. Em meio a nossa conversa sobre a situação atual do Zimbabwe sob o comando do ditador Mugabe, fiquei surpreso com o problema inflacionário de lá. Confesso que não tenho lido muito os jornais internacionais.
Como presente e prova de que hiperinflação ainda existe, ele me deu a seguinte cédula que me tornou trilionário em dólares do Zimbabwe.
Sim, 50 trilhões de dólares. Masimba estimou seu valor em US$ 0,25. Nem isso, na verdade, o povo já está usando a moeda sul-africana e o dólar americano. Fiquei feliz com o presente, embora reconheça tristemente o que significa tamanha inflação para um povo pobre como o do Zimbabwe. E ali está meu cartão de estudante, só pra provar que a cédula é minha, hehe.
Comentários
A gente era mais esperto: cortávamos os zeros antes...
O sistema de preços permite sinalizar aos empresários onde há restrição de oferta. Isso permite que eles se adaptem, ampliando sua oferta e beneficiando, com isso, o consumidor, que terá a sua demanda atendida por preços mais baixos. Mas se o governo controla a inflação, como saber onde há restrição de oferta?
Por outro lado, se o governo não controla a inflação, isso causará um problema político, pois deixará a população insatisfeita, considerando que a adaptação dos empresários não será instantânea e os preços continuarão subindo. Qual a solução?
E, por fim, o controle de inflação não é no mínimo questionável (embora tenha a sua importância política), na medida em que restringe a demanda, cabendo a população decidir o que compra ou nao?