Pular para o conteúdo principal

Monitoria

Fazem parte da vida do mestrando as atividades de monitoria. Todos os alunos da pós-graduação em Economia na FEA-USP são obrigados a dedicar um tempo aos alunos da graduação. Nesse semestre, a disciplina de Microeconomia II parou nas minhas mãos por intermédio de meu colega Richard.

Certamente, a atividade mais chata e cansativa da monitoria são as correções de provas. Por vezes, corrigir provas é como assistir ao horário eleitoral. É chato, mas eventualmente, aparece alguma bizarrice engraçada. Também mexe com a empatia, os sentimentos: assim como estupefatos assistimos às figuras que pretendem ser vereadores ou deputados, também muitas vezes dá pena dos alunos que conseguem criativamente escrever os absurdos mais diversos.

A parte que acho realmente divertida é dar aulas. Talvez os alunos não digam o mesmo: sempre há aquele grupo de alunos catatônicos sentados ao fundo, que às vezes nem parecem saber o que é um monopólio ou uma curva de custo marginal. Proporcionei-lhes uma rápida e pouco didática apresentação do equilíbrio de Nash.

Este post é mais um daqueles dedicados aos que se interessam por seguir em uma pós-graduação. Um resultado da falta de inspiração de alguém que passou metade da tarde corrigindo uma questão de prova.

Comentários

Richard disse…
Não desanime Thomas, vem aí a provona.... q é muito pior!!!!...

Pense pelo lado bom... equilibrio geral já passou....

Postagens mais visitadas deste blog

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen