Semana passada, tivemos a oportunidade de assistir mais um dos seminários promovidos pelo ex-ministro Delfim Netto. Professor emérito da casa, Delfim sempre convida dois economistas, um da FEA e outro de fora, para debater assuntos de interesse acadêmico. Desta vez, o seminário foi sobre o papel da matemática na teoria econômica.
Não são tão poucos os que rejeitam completamente o uso da matemática na Economia, pelo menos no Brasil. É claro que esse preconceito tem se esvaecido com o tempo. Amartya Sen e Paul Krugman, economistas um pouco (apenas um pouco) menos rejeitados por setores heterodoxos, já falaram bastante da utilidade da construção de modelos e das vantagens do instrumental matemático. Não é de se surpreender que mesmo alguns pós-keynesianos tem usado modelos matemáticos, sem contar alguns marxistas analíticos.
O professor que representou a FEA no seminário foi o Chiappin, doutor em Filosofia, Física e Economia. Um professor excelente e de currículo invejável, cuja hiperatividade acadêmica lembra a dos renascentistas. Ele simplesmente quer saber sobre tudo. Antes dele, apresentou o professor da EPGE/FGV, Aloísio Araújo, um dos economistas brasileiros mais conhecidos no exterior por sua proeminência na área de Economia Matemática. O mérito de Araújo na preleção foi mostrar que os teoremas, corolários e proposições dos livros de microeconomia da pós-graduação têm alguma aplicação prática. Seus exemplos foram através de seu trabalho com a Lei de Falências utilizando o ferramental analítico da micro. O demérito foi que os pobres alunos da graduação que lá se encontravam estavam mais perdidos que "cusco em tiroteio".
O professor Chiappin resolveu misturar tudo então. Falou das suas áreas: filosofia, física e economia em uma palestra só. Foi fascinante ver aquele aquela interdisciplinaridade toda em uma pessoa só. Praticamente me convenceu que o grande desenvolvimento científico dos últimos séculos deriva-se da junção de geometria (a matemática à moda grega) com a álgebra (o jeito árabe) através de René Descartes e a superação de diversas concepções aristotélicas. Lembro que no Colégio Militar tive aulas de desenho geométrico: resolvíamos equações do segundo grau utilizando compasso e régua. No entanto, como disse Chiappin, só se sabia multiplicar até três dimensões com a geometria. Com a correspondência entre álgebra e geometria, a ciência simplesmente deu um salto.
A mensagem foi mais ou menos a seguinte: a matematização é um caminho muito rápido para o desenvolvimento da ciência, inclusive a Economia. No entanto, somos ainda amadores perto de físicos. Um bom motivo é que fenômenos econômicos e sociais são mais difíceis de serem modelados. A esperança é que se consiga cada vez mais avançar na matemática sem perder poder explicativo, o que às vezes parece acontecer.
Não são tão poucos os que rejeitam completamente o uso da matemática na Economia, pelo menos no Brasil. É claro que esse preconceito tem se esvaecido com o tempo. Amartya Sen e Paul Krugman, economistas um pouco (apenas um pouco) menos rejeitados por setores heterodoxos, já falaram bastante da utilidade da construção de modelos e das vantagens do instrumental matemático. Não é de se surpreender que mesmo alguns pós-keynesianos tem usado modelos matemáticos, sem contar alguns marxistas analíticos.
O professor que representou a FEA no seminário foi o Chiappin, doutor em Filosofia, Física e Economia. Um professor excelente e de currículo invejável, cuja hiperatividade acadêmica lembra a dos renascentistas. Ele simplesmente quer saber sobre tudo. Antes dele, apresentou o professor da EPGE/FGV, Aloísio Araújo, um dos economistas brasileiros mais conhecidos no exterior por sua proeminência na área de Economia Matemática. O mérito de Araújo na preleção foi mostrar que os teoremas, corolários e proposições dos livros de microeconomia da pós-graduação têm alguma aplicação prática. Seus exemplos foram através de seu trabalho com a Lei de Falências utilizando o ferramental analítico da micro. O demérito foi que os pobres alunos da graduação que lá se encontravam estavam mais perdidos que "cusco em tiroteio".
O professor Chiappin resolveu misturar tudo então. Falou das suas áreas: filosofia, física e economia em uma palestra só. Foi fascinante ver aquele aquela interdisciplinaridade toda em uma pessoa só. Praticamente me convenceu que o grande desenvolvimento científico dos últimos séculos deriva-se da junção de geometria (a matemática à moda grega) com a álgebra (o jeito árabe) através de René Descartes e a superação de diversas concepções aristotélicas. Lembro que no Colégio Militar tive aulas de desenho geométrico: resolvíamos equações do segundo grau utilizando compasso e régua. No entanto, como disse Chiappin, só se sabia multiplicar até três dimensões com a geometria. Com a correspondência entre álgebra e geometria, a ciência simplesmente deu um salto.
A mensagem foi mais ou menos a seguinte: a matematização é um caminho muito rápido para o desenvolvimento da ciência, inclusive a Economia. No entanto, somos ainda amadores perto de físicos. Um bom motivo é que fenômenos econômicos e sociais são mais difíceis de serem modelados. A esperança é que se consiga cada vez mais avançar na matemática sem perder poder explicativo, o que às vezes parece acontecer.
Comentários
ps. só falei '100% austriaco' pq eu nao sou dos austriacos "linh-dura", logo, me exclui dos grupo usando os 100% hehe