No post anterior, eu não estava defendendo que a solução seja estatizar o ensino - compreendo os leitores que assim interpretaram meu último post, mas deixem-me esclarecer meu ponto.
Acredito que a hipótese de Hirschman ajude mais para explicar o que aconteceu com a educação no país do que para encontrar soluções. A partir do momento em que houve a expansão do ensino público e a concomitante deterioração da qualidade, quem tinha condições saiu da escola pública. No entanto, não foi assim que ocorreu na Europa - onde o sistema é majoritariamente público e o ensino é de boa qualidade. Por que aqui a expansão do ensino ocorreu às custas da qualidade? A questão novamente parece ser poder político, elites e instituições - bem na linha Acemoglu, Johnson e Robinson (sobre questões relacionadas a isso, ver essa interessante entrevista com o Acemoglu).
Um bom debate é o projeto de unificação curricular do MEC, noticiado aqui. O pessoal do Instituto Liberal obviamente reagiu rapidamente. Agradeço ao colega Liderau por me repassar o debate. Estamos com um problema de trade-off entre eficiência e equidade?
Comentários
A propósito, achei altos post aquele dos sentimentos morais. Abs
Nos melhores sistemas educacionais, é mais alta a participação de professores com especialização;
Já no BR há um problema de absorção de alunos egressos do ensino médio. Na comparação com outros países, poucos ainda acessam o ensino superior;
No BR a expansão do ensino público ocorreu paralelo ao exôdo rural e migrações regionais; A formação de grandes metropóles regionais desequilibrou os serviços educacionais p/ periferias. Alí o orçamento da educação compete com o orçamento da saúde, do transporte, o orçamento do esgoto, etc. Gastos com muito mais apelo eleitoral do que escolas
Não deixa de ser um problema urbanístico tmb a questão escolar. Numa casinha apertada em favela, as crianças não tem onde estudar, eu vi isso nos meus tempos de projeto alavanca