Pular para o conteúdo principal

Clipping: Arida e Veloso

Talvez eu discorde de Pérsio Arida em um ou outro ponto, mas quem sou eu para discordar dele? Além de ser um dos pais do famoso Larida, base teórica do que veio a ser o Plano Real, Arida escreveu um dos textos mais interessantes que já li em língua portuguesa: "A História do Pensamento Econômico como Teoria e Retórica", datado de 1983(ele se encontra nesse livro homônimo, mas a versão datilografada está aqui). Acho esse um texto mais interessante que o da McCloskey sobre retórica. As contribuições de Arida, tanto no combate à inflação quanto em história do pensamento, é inegável. Aqui há uma interessante entrevista dele na Folha de São Paulo. Se o leitor é menos liberal, talvez não goste do posicionamento dele, mas repito que os escritos de Arida devem ser lidos. É sempre interessante.

O Liderau me repassou essa sobre educação: uma entrevista do Fernando Veloso no Estadão. Não costumo ler o colunista, mas me pareceu uma avaliação sem muito partidarismo. Foi uma crítica leve à atual condução da política educacional da educação básica.


ATUALIZAÇÃO: O Guilherme Tinôco me repassou novamente o link para um texto do Arida para o Piauí. Não é sobre economia, mas é sensacional. 

Comentários

Anônimo disse…
Kangão,

cara, vc tem que ler esse texto dele, é fenomenal!!

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-55/memorias-vertiginosas/rakudianai

Abs, Tinas
Humberto disse…
Arida falando sobre HPE acerta com umas opiniões que eu tinha na graduação;

a construção do consenso na econômia consome gerações, enquanto o ensido de graduação, sendo baseado em livros-texto, acaba por estar defasado uns 15 anos ou mais. Eu falava isso p / os caras..."estamos estudando o passado; se está aqui no livro-texto, é porque já não é mais vanguarda"

mantenho minha posição de achar que a econometria será quindim da economia; a computação de massa ainda é relativamente recente. Mas hj qualquer prefeitura pequena já pode disseminar estatísticas públicas com um volume e precisão inimaginável anos atrás. Nossa geração está deixando um rastro de dados para ser vorazmente consumido pelos econometristas do futuro
Anônimo disse…
fecha bicha tudo que vc posta no seu bogas

Postagens mais visitadas deste blog

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen