Pular para o conteúdo principal

Dois assuntos: "Occupy Wall Street" e Aprendizado Infantil

1. Talvez Dani Rodrik tenha dito a coisa mais sensata nos últimos dias sobre o movimento protagonizado por estudantes de Harvard na disciplina de Introdução à Economia ministrada por Greg Mankiw. O próprio Mankiw tem falado o que pensa, mas acho que Rodrik capturou muito bem o ponto aqui.

2. O outro link importante da semana foi fornecido pelo Prof. Sabino da UFRGS, divulgando um documento sobre Aprendizado Infantil publicado pela Academia Brasileira de Ciências. Sem dúvidas, um recurso fundamental para políticas públicas no futuro de nosso país.

Comentários

Humberto disse…
falta um estudo explorando um possível vínculo entre os vários movimentos Occupy, que ocorre não só em WS mas em muitas cidades americanas, e o crescimento de homeless proporcionado pela crise imobiliária.
Chutando a Lata disse…
Perguntando ao Thomas: eu tenho usado Douglass North em meus cursos de economia brasileira, principalmente o seu lecture nobel - em espanhol. Mas não consegui encontrar uma traduçao do lecture nobel do Amartya Sen. Você conhece alguma versao em portugues ou espanhol?

PS: Estou lendo o livro Brazil - The forging of a Nation - 1798-1852 de Roderick J. Barman e o indico a quem quer conhecer as raízes do atraso brasileiro.
Humberto disse…
alguém mais pareçe ter tido o mesmo insight que eu:

http://online.wsj.com/article/AP1ad8063f8c3a427b92a69e3d55f982a1.html

é fácil fazer o link entre o movimento ocuppy e o crescimento de homeless nos eua. Ainda mais porque há distribuição de comida gratuita nos locais, e as vezes doação de barracas novas e limpas. Metade deve estar lá só por causa disso, e não pelo protesto em si
Thomas H. Kang disse…
Marco,
Não conheço versão traduzida, mas sugiro que você utilize em inglês mesmo... os alunos vão reclamar, eu sei.

Humberto, vou lá checar essa informação.

Postagens mais visitadas deste blog

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen