Pular para o conteúdo principal

Conselhos de um economista (não se preocupem, não são meus...)

Ricardo Sabbadini, meu ex-colega lá no mestrado da FEA-USP, deve estar se preparando para começar a escrever ou fazer seu blog. Ele acabou de me mandar o link desse curtíssimo artigo do New York Times escrito por N. Greg Mankiw, famoso autor de livros didáticos de economia. Muito didaticamente, Mankiw dá conselhos para os jovens que estão entrando na vida universitária. Agradeço ao Sabbadini!

Chamo a atenção de dois trechos. O primeiro é da necessidade de se aprender estatística. Vejo cada vez mais pessoas de diversas áreas dizendo isso quando chegam no fim do curso. Precisam e não sabem. Além disso, as escolas no Brasil dão uma base fraquíssima nisso (segundo uma amiga minha, que fez ensino médio na Inglaterra, ela aprendeu bastante probabilidade).

O segundo trecho é sobre a necessidade de aprender mais psicologia. Entender o comportamento humano é melhor não apenas para manter a humildade dos economistas, mas para a vida pessoal e profissional (o próprio Mankiw diz isso e eu concordo).

Comentários

Unknown disse…
Um pouco de história também ajuda.
Sobre psicologia, nem é necessário ter aula com o Steven Pinker, mas ler o Tábula Rasa é fundamental. Abraço. (anda sumido das dependências da UFRGS)
Sabbadini disse…
Kangão,

prezado mestre, gostaria de informá-lo que meus objetivos são muito mais ambiciosos que criar meu próprio blog, que não seria lido por ninguém além de minha namorada. Meu verdadeiro intuito é tornar-me socio minoritário em uma empreitada já consolidada e com notório sucesso, tal qual "Oikomania", que passou recentemente de uma média de 54 acessos diários para cerca de 4500 logo após que o Google Translator passou a traduzir com razoável presteza português para coreano.

Abraço!

--
Sabbadini, mas pode me chamar de Autoridade Monetária.

Postagens mais visitadas deste blog

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen