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Mostrando postagens de abril, 2009

Egoísmo

Como economistas, costumamos sempre considerar pessoas egoístas ou auto-interessadas. Embora não sejam termos necessariamente sinônimos, muitas vezes são.  O ponto é se as pessoas são sempre auto-interessadas em seu comportamento. Há espaço para outras motivações para além do auto-interesse? Antes de talvez ler livros como "Sobre Ética e Economia" de Sen, tão citados nos posts anteriores e que tratam extensivamente do assunto, talvez seja interessante consultar a Stanford Encyclopedia of Philosophy . Há nesse site uma discussão sobre egoísmo , bastante elucidativa para a economia, tratando de conceitos que utilizamos. 

Críticas que não entendo (1) - (cont.)

Em primeiro lugar, acho melhor esclarecer que, quando falo de equilíbrio, não estou especificamente falando do equilíbrio geral. Embora eu mesmo não veja o equilíbrio geral como algo nefasto à economia, até entendo que tenha gente que não goste. A prova da existência de equilíbrio geral (Arrow-Debreu) é bastante complexa e abstrata. Ainda, em um tópico que não estudei, apresenta problemas (Teorema Sonnenschein-Mantel-Debreu, MWG cap 17). Mas isso não significa que é inválido. Falando de equilíbrio em sua forma mais simples, pensemos em um simples equilíbrio de mercado com a curva de oferta cruzando a de demanda, determinando preços e quantidades. Alguém ser contra isso é difícil entender. Uma coisa estimável, aplicada, com inúmeros estudos e altamente esclarecedora. Uma ferramenta simples e poderosa.  Em segundo lugar, falaram que muita gente seria contra o equilíbrio geral, incluindo Amartya Sen. Vamos deixar claro que Sen não é um heterodoxo (quem ganha Nobel é ou tornou-se ortodoxia

Críticas que não entendo (1) - Equilíbrio

Em minha graduação, ouvi diversas vezes sobre a tal falácia do equilíbrio. Para muitos professores que tive, o equilíbrio deveria ser banido da ciência econômica, tamanho eram os equívocos teóricos por eles causados.  Mas o que é o equilíbrio senão a idéia de que, se as pessoas perceberem que elas podem melhorar de condição, elas não vai deixar de fazer isso? Uma situação de desequilíbrio ocorre quando ainda há espaço para melhoras. Evidentemente, nem sempre as pessoas têm informação completa e perfeita. Logo, elas deixam de melhorar quando poderiam pela existência dessa imperfeição. Ótimo, isso já foi incorporado pela teoria econômica. Se eu perceber que posso aumentar o preço sem proporcional queda da demanda (ou seja, a demanda é inelástica), porque não o faria? Se o objetivo é a maximização do lucro, espera-se que as pessoas possam fazer isso. É evidente que podem haver restrições legais, institucionais, culturais e até mesmo éticas. Pode ser que a função objetivo da firma não seja

Recentes papers de EH no NBER

Alguns artigos recentes lançados pelo NBER merecem leitura. Na verdade, vários deles, mas vou ater-me aos da área de história econômica. Jeffrey Williamson, de Har vard, escreveu um paper com o seguinte curioso título: " History without Evidence: Latin American Inequality since 1491". Nosso pequeno grupo de estudos já o leu e o texto incomodou profundamente a maioria do grupo. De qualquer forma, Williamson é um cara importante. Aparentemente, ele não é um cara que se importa muito com instituições. http://www.nber.org/papers/w14766 Nathan Nunn faz um artigo síntese sobre a importância da história no estudo do desenvolvimento. Pra quem não sabe, Nunn tem papers muito legais, inclusive um na QJE sobre África. Esse eu novo eu não li ainda, mas pretendo fazê-lo em breve: http://www.nber.org/papers/w14899 É possível inscrever-se no site do NBER e receber periodicamente a lista de novos paper lançados no site com seu resumo. Principalmente para aqueles procurando novas referências,

Auto-promoção (de novo)

Bom, o Portal Luteranos , site oficial da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, resolveu fazer uma reportagem sobre minha participação em um grupo do Conselho Mundial de Igrejas que se reunirá em maio. Quem quiser dar uma lida, é só clicar aqui .

Berkeley

Ex-colega meu de graduação da UFRGS e terminando o mestrado na PUC-Rio acaba de decidir que vai fazer seu Ph.D. na University of California at Berkeley (mais conhecido como UC Berkeley). Não divulgarei seu nome ainda (vai que ele muda de idéia), mas deixo-lhe os parabéns. A surpresa fica por conta das suas matérias obrigatórias e do corpo de professores. Além de ter no departamento caras como Obstfeld, Bardhan, McFadden, David e Christina Romer, DeLong, Oliver Williamson, Akerlof e Rubinfeld, meu colega terá que fazer um curso obrigatório de história econômica no primeiro ano. Por exemplo, o curso ministrado por Barry Eichengreen .  Isso é pra ver como a história econômica é considerada importante como disciplina de formação em um departamento top-5. Se não me engano, a UCLA tem o mesmo esquema. 

Hiperinflação ainda existe

Em minha última viagem eclesiástica, conversei com um amigo do Zimbabwe. Masimba é cego, mas formado em ciências sociais - teve a sorte de ter condições para isso. Em meio a nossa conversa sobre a situação atual do Zimbabwe sob o comando do ditador Mugabe, fiquei surpreso com o problema inflacionário de lá. Confesso que não tenho lido muito os jornais internacionais.  Como presente e prova de que hiperinflação ainda existe, ele me deu a seguinte cédula que me tornou trilionário em dólares do Zimbabwe. Sim, 50 trilhões de dólares. Masimba estimou seu valor em US$ 0,25. Nem isso, na verdade, o povo já está usando a moeda sul-africana e o dólar americano. Fiquei feliz com o presente, embora reconheça tristemente o que significa tamanha inflação para um povo pobre como o do Zimbabwe. E ali está meu cartão de estudante, só pra provar que a cédula é minha, hehe.