Diferentemente do Brasil, a alta carga tributária de fato financia a saúde e a educação da população desses países. A intervenção na economia chega a níveis curiosos: à exceção da cerveja, que não é nem considerado bebida alcóolica na prática, a venda das demais bebidas alcoólicas nos países escandinavos é monopólio estatal. Entrei semana passada em um shopping ao lado da estação de trem em Oslo e lá estava o tal do "Vinmonoplet". Essa loja não tinha preocupação alguma com sua imagem, logomarca ou coisa parecida. Obviamente, apresentava uma grande quantidade absurda de bebidas alcoólicas expostas. (Detalhe: no mesmo shopping, havia uma loja muito legal que tinha tudo que é camisa de futebol do mundo, mas isso não tem nada a ver com o resto do post).
Esquemas de compensação social que lembram muito as idéias de justiça de Rawls ou Sen são muito freqüentes. Pessoas com deficiência recebem ajuda do Estado: uma espécie de compensação por terem tirado os números errados na "loteria genética". Casais que têm mais filhos na Alemanha pagam bem menos impostos para o governo, a fim de incentivar maior natalidade. Uma série de intervenções são aceitas pela população em geral por garantir bem-estar mínimo.
Comentários
tambem gostaria que a intervencao fosse assim, benefica. Que nossos impostos fossem usados com excelencia.
Abs.
G.Howe
Já que você tocou nesta polêmica de que os libertários torcem o nariz com políticas compensatórias, daria para retirar uma dúvida?
Todos sabemos que libertários como Nozick dizem que estas medidas violam o princípio de igualdade de direitos. Eu digo que elas não violam porque é uma proteção potencialmente aplicável para todos os indivíduos da Grande Sociedade.
Sobre esta polêmica, Rawls diz que "cada pessoa deve ter um direito igual ao mais extenso sistema de liberdades básicas que seja compatível com um sistema de liberdades idêntico para as outras". Parece grego isto, mas, no final de tudo, ele concorda comigo. Confirma?
Em suma, "equality of what?", como pergunta Amartya Sen.
Estou com uma visita aqui em Porto Alegre (onde passei os feriados. em breve irei pra são paulo) e acabei deixando o blog um pouco de lado.
Posso tentar responder melhor essa pergunta outra hora. Talvez em algum post. De fato, esse dilema de Flint parece interessante. Nunca tinha pensado nisso. Vou fazê-lo.
Abs