É curioso passar pelos países escandinavos, considerados muito progressistas, e ver a relação simbiótica que suas igrejas nacionais mantêm com o Estado. O conflito Igreja vs. Estado é um conflito antigo. Detectamo-lo, por exemplo, nas diversas disputas acerca da educação: se ela deveria ser pública e laica, ou se deveria ser mantido pela iniciativa privada, principalmente a Igreja.
Não interessa muito que igreja. O conflito pode ser visto tanto em países de maioria católica como o Brasil, como também ocorreu em países como Estados Unidos e Inglaterra. Não é preciso falar de França e outros países, onde essa guerra foi forte.
Acontece que na Suécia, a Igreja da Suécia separou-se em 2000 do Estado. A Igreja da Noruega ainda é parte do Estado. Perguntei como era possível que os escandinavos fossem tolerantes e progressistas para muitas pessoas do alto escalão da Igreja da Noruega (que assim como a Igreja da Suécia é evangélica-luterana). No fim, eles não conseguiram me explicar direito. A tolerância leva necessariamente a uma perda de poder da igreja, embora tolerância seja desejável. Ao mesmo tempo, pode ser um fruto positivo de algo que tem muitas desvantagens: a secularização da própria igreja e da sociedade em geral.
Enquanto isso, suas economias são sólidas e apresentam os mais altos índices de desenvolvimento humano. A Suécia tem importantes setores industriais, enquanto a Noruega, que era um pouco mais pobre e dependente da pesca, teve a sorte de encontrar petróleo. Só que o petróleo norueugês é taxado em cerca de 70% se não me engano, que são redistribuídos. Excesso de intervenção do Estado? No Brasil eu sei que seria complicado, mas lá parece funcionar e poucos reclamam...
Comentários
Escreva mais quando tiveres tempo, ok?
Abraço, João Melo, direto da selva