Um aspecto fascinante do estudo da história econômica é que descobrimos que os debates atuais não são tão atuais assim muitas vezes. Se haviam metalistas e papelistas na Primeira República, como temos hoje seus respectivos netos intelectuais, também na discussão sobre o investimento em educação no Brasil as coisas parecem se repetir. A Estatística de Instrucção de 1916 encomendada pela Diretoria Geral de Estatística aponta para o seguinte problema da educação no Brasil:
“Apontando as causas que parecem ter influído para o atrazo notável da cultura intellectual de grande parte dos brazileiros, solicita a citada monographia a assídua solicitude do poder legislativo nacional, assim como do poder executivo, relativamente à causa do ensino superior, e até certo ponto da instrucção secundaria, constrastando com esse amparo a escassez de providencias quanto á cultura primaria e ao preparo do pessoal incumbido de ministral-a. Até 15 de Novembro de 1889, no seu conjuncto, as medidas de ordem didática visaram, ‘antes de tudo, o progresso dos estudos acadêmicos; em segundo plano, os interesses da instrucção artística e da secundaria; enfim, e só muito subalterna e acessoriamente, a causa do ensino elementar’”. (p. 2)
Não é de hoje o descaso em relação ao ensino primário. Não só isso, até mesmo a consciência quanto ao patente negligência governamental ao ensino básico não é de hoje, o que é assustador, dado que pouca coisa mudou desde então.
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