Em um país majoritariamente católico, poucos sabem que foi em 31 de outubro de 1517 que Lutero pregou suas famosas 95 teses na porta da catedral de Wittemberg. Menos pessoas sabem ainda do que se tratam essas teses e de suas conseqüências não apenas teológicas, como também na mudança que isso provocou na visão de mundo da época. Vou destacar dois pontos: um bastante teológico e outro que teve influências muito mais abrangentes.
Naquela época, a venda de indulgências, uma espécie de título que garantia o perdão de seus pecados quando comprados, estava disseminada. Pregava a Igreja da época que a salvação se dava por boas obras. Lutero, indignado com tal exploração, resgatou o papel da graça. Mas afinal, o que é graça?
Lutero quis deixar bem claro, assim como fizeram Paulo e Santo Agostinho, por exemplo, que nenhum de nós merece a salvação. Ninguém é bom o suficiente pra ir pro céu. Todos somos pecadores e, por mais que tentemos, não vamos conseguir ser bons. Sempre vamos escorregar em algum lugar. É por isso que, para Lutero, as boas obras não significam salvação - se significassem, nós poderíamos fazer um monte de caridade apenas por interesse próprio. Por isso que, para os luteranos, as obras são conseqüências da graça. Deus, de graça, sem que a gente mereça, concede pra nós a fé e o amor, que nos levam a fazer o que é certo (às vezes). Continuamos egoístas, interesseiros, tudo o mais - pecadores, resumindo. Mas Deus nos ajuda a vencermos nossa natureza.
Por isso, para a teologia luterana e reformada em geral, temos que ser humildes e reconhecer que sempre de novo erramos. A graça é parte fundamental do entendimento dos luteranos. Essa é a parte teológica - o legal foi que católicos romanos e luteranos concordaram em uma declaração conjunta que a graça é essencial.
Amanhã falo do sacerdócio geral de todos os crentes, que teve conseqüências sociais bastante interessantes.
Naquela época, a venda de indulgências, uma espécie de título que garantia o perdão de seus pecados quando comprados, estava disseminada. Pregava a Igreja da época que a salvação se dava por boas obras. Lutero, indignado com tal exploração, resgatou o papel da graça. Mas afinal, o que é graça?
Lutero quis deixar bem claro, assim como fizeram Paulo e Santo Agostinho, por exemplo, que nenhum de nós merece a salvação. Ninguém é bom o suficiente pra ir pro céu. Todos somos pecadores e, por mais que tentemos, não vamos conseguir ser bons. Sempre vamos escorregar em algum lugar. É por isso que, para Lutero, as boas obras não significam salvação - se significassem, nós poderíamos fazer um monte de caridade apenas por interesse próprio. Por isso que, para os luteranos, as obras são conseqüências da graça. Deus, de graça, sem que a gente mereça, concede pra nós a fé e o amor, que nos levam a fazer o que é certo (às vezes). Continuamos egoístas, interesseiros, tudo o mais - pecadores, resumindo. Mas Deus nos ajuda a vencermos nossa natureza.
Por isso, para a teologia luterana e reformada em geral, temos que ser humildes e reconhecer que sempre de novo erramos. A graça é parte fundamental do entendimento dos luteranos. Essa é a parte teológica - o legal foi que católicos romanos e luteranos concordaram em uma declaração conjunta que a graça é essencial.
Amanhã falo do sacerdócio geral de todos os crentes, que teve conseqüências sociais bastante interessantes.
Comentários
Acho que essa questão deve ser respondida por especialistas na área. Até onde sei, no entanto, Lutero estava estritamente preocupado com questões mais teológicas. No entanto, Lutero foi visitar os revoltosos e não viu nada ali que tivesse a ver com a sua reforma. Acabou assim fazendo declarações que deram justificativa a uma repressão violentíssima por parte da elite. Até que ponto Lutero tinha consciência disso eu não sei.
Não obstante esse debate ser controverso, acredito que, em muita coisa Lutero estava certo em tese. Mas eu sou luterano, então obviamente tenho meu viés.
Mas obrigado pelo seu comentário.