Quando se fala em educação no Brasil, as pessoas em geral pensam na questão da cidadania e da participação política. Educar o povo é alavancar a cidadania. Apenas em departamentos de Economia de universidades se pensa diferente - e apenas às vezes, pois há alguns que ignoram a literatura sobre capital humano (a questão aqui não é se a nomenclatura "capital humano" é correta, mas as consequências econômicas da educação que essa linha de pesquisa investiga).
Estive conversando com um amigo que fez doutorado na Alemanha. Ele percebeu que lá, quando se fala em educação, eles estão pensando em crescimento econômico. Mais do que cidadania, é o crescimento que fica em evidência.
É verdade que não é só o crescimento que importa - principalmente para mim, um ávido leitor de Amartya Sen. É verdade que cidadania é fundamental, a fim de que todos conheçam seus direitos e cobrem por eles. Por outro lado, o discurso do crescimento é politicamente muito mais interessante. O rico não se beneficia da participação política do pobre, mas se beneficia do crescimento econômico.
E educação é benéfica para o crescimento. Não que seja a panacéia ou a única solução. As políticas macroeconômicas e de desenvolvimento tecnológico são fundamentais. Mas precisaremos também de trabalhadores qualificados.
Comentários
do lado político, aprendi que a educação 'te ajuda a descobrir teus objetivos na vida e te dá energia para lutar por eles'. nesta linha, entendo que o lado econômico também se beneficia dela, pois uma pessoa mais educada terá maiores ambições quanto ao consumo, envolvendo-se mais desenvoltamente (eita, pós-modernismo) em projetos de crescimento.
DdAB