No último estudo de nosso grupo de estudo em Escolha Social, utilizamos um artigo de Amartya Sen chamado "The Possibility of Social Choice", que é a palestra de Sen por ocasião de seu Prêmio Nobel. Como bem explicou a colega Daniela, muitas vezes pensamos em Escolha Social e pensamos apenas em esquemas de voto e teorema de Arrow, mas não entendemos que isso está por detrás de todas as ideias de funções de bem-estar social. O utilitarismo ou as ideias de Rawls (aliás, tirem da cabeça que aquela função maxmin dos livros de microeconomia é realmente Rawlsiano) são formas de se fazer escolha social, embora não sejam usados esquemas de votos. E Sen, embora defenda a pluralidade da base informacional, destaca a utilização das capacitações.
Em geral, estudamos pouco tópicos como Escolha Social (Social Choice Theory) ou Economia do Bem-Estar (welfare economics). Esses assuntos costumam aparecer en passant por disciplinas de microeconomia na graduação, mas dificilmente há maior aprofundamento das questões. Quando se fala no Teorema da Impossibilidade de Arrow, a ideia que é passada pelos manuais é de que a escolha social é impossível. Não se fala no que esse primeiro resultado gerou de pesquisas subsequentes na tentativa de mudar as hipóteses e conseguir soluções melhores - embora geralmente apareçam novos teoremas de impossibilidade.
Antes de achar que não existe possibilidade de agregação para se fazer uma escolha social simplesmente devido ao resultado inaugural da moderna teoria de escolha social, talvez devêssemos estudar melhor a área. Mas se você quiser se aventurar nisso, terá que estudar um pouco de análise - coisa para a qual eu acredito não ter facilidade, mas a gente vai tentando.
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