Coincidentemente, o Boletim de Informações da FIPE do mês de abril foi lançado hoje, meu aniversário de um quarto de século, com o meu primeiro artigo sobre a educação entre 1930 e 1964. Esse artigo consiste em um resumo do capítulo 3 da minha dissertação de mestrado em apenas 6 páginas. Quem quiser ler, bom proveito. Críticas são bem-vindas.
São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero
Comentários
Abraço,João Melo, direto da selva!
Fiz uma rápida busca no google pela sua dissertação, mas não encontrei, e achei mais fácil te pedir por e-mail. Será que você me enviar? pettersonvale@hotmail.com
Antes mesmo de ler tudo, no entanto, queria pedir a sua opinião no seguinte.
Eu estou morando na Argentina, e tratei de me informar sobre a história daqui, que me surpreendeu muito no sentido positivo, e que me deixou seguro de que trata-se de um país absolutamente diferente do Brasil. Aprendi, entre outras coisas, que o país tem uma tradição de intelectuais republicanos e progressistas muito mais fecunda do que aquela que (até onde conheço) teve o Brasil. Os "heróis de maio", responsáveis intelectuais e operacionais pelas movimentações que levaram à independência e à unificação, tinham desde cedo algo bem claro: é preciso universalizar um padrão avançado de educação. E desde cedo significa a primeira metade do Sec. 19.
Também, pudera: a Universidade de Cordoba é de 1616, e a de Buenos Aires, de 1821!
Isso me levou a concluir que uma das diferenças fundamentais entre esses países é que a elite na Argentina foi e é civilizadora (das massas). A elite no Brasil foi e é centrada no próprio umbigo. E mais: penso que isso tem a ver com o fato de a estrutura da sociedade brasileira ter se formado num período de escravidão e patriarcalismo, enquanto a estrutura da sociedade argentina se formou de fato somente no Século 19, com base nas muito mais adiantadas idéias republicanas dos imigrantes italianos (com a possível excessão das províncias do Norte, que, coincidentemente, são bem mais atrasadas).
Sei que na dissertação você não divagou a esse ponto, mas você acha que uma interpretação desse tipo é cabível (para o caso do Brasil)?
Obrigado!