A pós-graduação em Economia da FEA-USP promoveu recentemente dois debates sobre temas macroeconômicos.
(1) Os professores Gilberto Tadeu Lima, Fábio Kanczuk, Mauro Rodrigues e Pedro Garcia Duarte debateram o estado atual da macroeconomia. Todos, de certa forma, afirmaram que está havendo uma certa convergência no mainstream da macroeconomia. A tradicional divisão entre novos-keynesianos e modelos Dynamic Stochastic General Equilibrium não é mais tão estanque. Enquanto os novos-keynesianos utilizavam hipóteses de rigidez de preços, o pessoal de DSGE tinha modelos mais estruturados. O fato é que hoje, praticamente todos os papers de macroeconomia têm utilizados modelos DSGE com a utilização de idéias novo-keynesianas, que passaram a ser modeláveis ao estilo DSGE. Como sempre, o Giba chamou atenção para os que estão um pouco fora dessa convergência. Foi um bom debate para ficar atualizado na macroeconomia contemporânea.
(2) André Lara-Resende, que participou da formulação do Plano Real, foi o convidado para os seminário acadêmico do dia 13. Basicamente, sua palestra foi sobre a atual crise, assunto sobre o qual ele já tinha, com maior profundidade, escrito em reportagem para o Valor. Foi uma explanação interessante da atual situação, um bom resumo. Em um momento, Lara-Resende criticou o atual estágio da macroeconomia contemporênea nas academias: para ele, essa convergência mencionada no parágrafo anterior, teria se tornado pouco interessante. Obviamente, ele foi um pouco pessimista, como são os economistas em geral. A recuperação parece estar distante.
Em próximos posts, devo mencionar o que vi e ouvi em Cuba na semana passada, país que visitei devido à uma reunião do Conselho Mundial de Igrejas.
Comentários
No ano passado, o Phillip Arestis, da Universidade de Cambridge, deu um curso de uma semana para nós sobre esse novo consenso macroeconômico. Dá para baixar na interner vários artigos dele sobre isso, vale a pena conferir.
De todos as teorias macro que vi no mestrado, as que mais gostei foram as novo-keynesianas mais roots, como a regra de Taylor e os salários-eficiência, e as kaldorianas.
Abraço