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Aborto e estupro: posicionamento oficial da IECLB

Clicando aqui, temos um resumo acerca do posicionamento da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil sobre o caso da menina que, estuprada pelo padrasto, teve seu filho abortado por decisão da mãe da menina. Declarações de clérigos católico-romanos pediram pela excomunhão dos médicos que fizeram a operação.

O texto completo do posicionamento (que tem apenas três páginas), pode ser encontrado aqui.

Tendo a concordar com o argumento geral de que a teologia luterana não pode desrespeitar "o critério de que a decisão deva ser tomada pelas pessoas implicadas, em responsabilidade própria".
Acredito que “Deus, em sua graça, permite, em situações extremas como essa, opções carregadas de mal – pois o aborto certamente não é um bem – e as acolhe como expressão de um servir responsável ao próximo em necessidade.”

Comentários

Anônimo disse…
Uma correção importante: o estuprador foi o padrasto, não o pai da criança.
D disse…
Thomas;

Uma pergunta de leigo: a IECLB sempre teve esse posicionamento em relação ao aborto, ou este ocorreu somente perante ao caso da menina estuprada pelo padrasto, especificamente?

Abraço!
Anônimo disse…
Diego, espero estar respondendo sua indagação:
" (...)não há no âmbito de igrejas evangélicas protestantes um magistério que tenha a prerrogativa de estabelecer normas éticas que deveriam ser seguidas por todos os fiéis. Nem poderia haver. Na tradição da Reforma protestante essas igrejas não (re)conhecem uma instância eclesiástica autoritativa(...)" ;
"(...)sempre haverá a ambigüidade da condição humana e da realidade histórica. Todo ser humano é criatura de Deus e a ele destinada; mas todo ser humano também vive distante de Deus na condição de ser pecador(...)" ; "(...) o ser humano com frequência se vê confrontado com situações em que o discernimento ético não terá a seu dispor a opção perfeita, sequer uma opção boa(...)"

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