A controvérsia de indústrias nascentes remonta a Hamilton e List, que advogaram protecionismo temporário para indústrias que tivessem potencial. Contra eles, levantam-se os argumentos pró-livre comércio, que encontram eco hoje em economistas como, por exemplo, Anne Krueger (ela tem alguns artigos na AEA sobre isso). Um bom caminho é de repente ler um livrinho que eu só li um pedaço, de autoria do Jagdish Bhagwati chamado "Livre-comércio versus protecionismo" ou coisa parecida. Só pra lembrar, Bhagwati é mais favorável ao livre-comércio. Em inglês, está disponível na Livraria Cultura.
O ponto é: pelo que tenho lido, o protecionismo no Brasil e na América Latina em geral não teve o caráter temporário e racional advogado por List e seus sucessores. Por ter sido uma proteção pouco criteriosa, mais preocupada com a deterioração do balanço de pagamentos e com a substituição a qualquer custo com tendências autárquicas, entramos no pior dos mundos. Sejam defensores do livre-comércio ou dos teóricos do protecionismo, ambos hão de concordar que o protecionismo feito aqui foi falho e, provavelmente, deu margem a ineficiências, embora as evidências ainda precisem ser mais estudadas.
Quanto à industrialização (ou outra política qualquer) ser considerada um meio e não como um fim em si mesma, como argumentado pelo Diego, essa é uma proposição bastante influenciada pelos escritos de Amartya Sen. Como disse o Ricardo, isso é recente e parece ser a nova tendência, dada a morte da velha linha de teorias de desenvolvimento econômico (Development Economics): aquela de Rosenstein-Rodan, Nurkse, Myrdal, Hirschman, entre outros. Concordo plenamente com o Diego que o fim deve ser o bem-estar das pessoas e, por enquanto, sou favorável a abordagens como a de Sen (capacitações). Em breve, estarei mandando um texto sobre o pensamento de Sen para alguma revista que toca justamente nesse ponto.
*Em memória às vítimas do terremoto na China, acho que todos devemos nos lembrar da necessidade do desenvolvimento econômico trabalhar para minimizar danos causados por eventos do tipo.
O ponto é: pelo que tenho lido, o protecionismo no Brasil e na América Latina em geral não teve o caráter temporário e racional advogado por List e seus sucessores. Por ter sido uma proteção pouco criteriosa, mais preocupada com a deterioração do balanço de pagamentos e com a substituição a qualquer custo com tendências autárquicas, entramos no pior dos mundos. Sejam defensores do livre-comércio ou dos teóricos do protecionismo, ambos hão de concordar que o protecionismo feito aqui foi falho e, provavelmente, deu margem a ineficiências, embora as evidências ainda precisem ser mais estudadas.
Quanto à industrialização (ou outra política qualquer) ser considerada um meio e não como um fim em si mesma, como argumentado pelo Diego, essa é uma proposição bastante influenciada pelos escritos de Amartya Sen. Como disse o Ricardo, isso é recente e parece ser a nova tendência, dada a morte da velha linha de teorias de desenvolvimento econômico (Development Economics): aquela de Rosenstein-Rodan, Nurkse, Myrdal, Hirschman, entre outros. Concordo plenamente com o Diego que o fim deve ser o bem-estar das pessoas e, por enquanto, sou favorável a abordagens como a de Sen (capacitações). Em breve, estarei mandando um texto sobre o pensamento de Sen para alguma revista que toca justamente nesse ponto.
*Em memória às vítimas do terremoto na China, acho que todos devemos nos lembrar da necessidade do desenvolvimento econômico trabalhar para minimizar danos causados por eventos do tipo.
Comentários
Mas, mesmo nessa área, os autores mudaram a ênfase da dinâmica regional cetro-periferia, da industrialização para o desenvolvimento de instituições pró-inovação tecnológica.
Pessoalmente, também sou da visão de que desenvolvimento econômico equivale ao aumento do bem-estar e redução da pobreza da população.
Abs.