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Mostrando postagens de maio, 2008

Células-tronco embrionárias (atualizado)

O STF está em vias de aprovar a pesquisa com células-tronco embrionárias, apesar dos protestos das alas conservadoras (e com esse termo não estou procurando desqualificá-las) principalmente ligadas ao catolicismo romano. Quatro dos juízes parecem estar inclinados a votar contrariamente à permissão, mas espera-se que o lado a favor das pesquisas vença, uma vez que o STF é composto por onze ministros, sendo que alguns, como a Ellen Gracie, já anteciparam seu voto a favor. Não conheço a fundo os argumentos de ambos os lados, mas tentarei expor o que sei a respeito. Os argumentos contra a liberação baseiam-se em princípios bem claros. Recorrendo à concepção de que a partir da fecundação temos uma vida humana, as pesquisas acarretariam necessariamente em homicídios com os experimentos. Esse é um argumento baseado em princípios. No entanto, os que são contrários apóiam-se também no fato de que as pesquisas feitas com células-tronco embrionárias não chegaram a qualquer resultado positivo até

Comentário metodológico ao Rabiscos: equivalência Barro-Ricardo

Comentário aos posts do Rabiscos , o primeiro de autoria do Ph e o segundo de autoria do Stein, sobre a equivalência Barro-Ricardo (bem explicada no post do Stein): De fato, a equivalência Barro-Ricardo é uma teoria logicamente bem construída. Faz todo sentido e não duvido que os fãs da praxeologia miseana achem essa teoria bastante interesssante por dois motivos: (a) ela é lógica e (b) ela não é pró-governo. Tirando as provocações de lado, uma teoria bem construída como esta deve estar na nossa prateleira caso precisemos dela ao analisar certo fenômeno econômico. No entanto, embora eu não tenha analisado o artigo que o Ph indicou, se a evidência empírica é fraca, a teoria não serve para muita coisa por enquanto. Pelo menos, não para pensarmos em política. Isso não invalida a teoria como algo que deva ser aprendido: como eu disse, Barro-Ricardo deve estar ao nosso alcance: em alguma situação mais próxima dos pressupostos do modelo (como pequena imperfeição no mercado de crédito), é

Bons tempos

Diego tem um belo post para lembrarmos dos bons tempos em que a inflação passava de 40% ao mês, a Bolsa do Rio era relevante e a taxa de câmbio era superior a mil cruzeiros por dólar.

Resposta: protecionismo e fim das políticas

A controvérsia de indústrias nascentes remonta a Hamilton e List, que advogaram protecionismo temporário para indústrias que tivessem potencial. Contra eles, levantam-se os argumentos pró-livre comércio, que encontram eco hoje em economistas como, por exemplo, Anne Krueger (ela tem alguns artigos na AEA sobre isso). Um bom caminho é de repente ler um livrinho que eu só li um pedaço, de autoria do Jagdish Bhagwati chamado "Livre-comércio versus protecionismo" ou coisa parecida. Só pra lembrar, Bhagwati é mais favorável ao livre-comércio. Em inglês, está disponível na Livraria Cultura . O ponto é: pelo que tenho lido, o protecionismo no Brasil e na América Latina em geral não teve o caráter temporário e racional advogado por List e seus sucessores. Por ter sido uma proteção pouco criteriosa, mais preocupada com a deterioração do balanço de pagamentos e com a substituição a qualquer custo com tendências autárquicas, entramos no pior dos mundos. Sejam defensores do livre-comércio

Protecionismo exagerado e ineficiência na América Latina

Críticas à industrialização via substituição de importações ocorrida em vários países da América Latina são inúmeras quando se olha pelo retrovisor. O interessante é observar como em meados dos anos 60, as críticas a certos aspectos do processo já eram bastante comuns. Com a estagnação dos anos 60 e as diversas crises, é ponto comum entre autores como Macario (1964), Hirschman (1968) e Baer (1972) de que a incapacidade de exportação e a ineficiência da indústria manufatureira era um sério problema, sem contar os problemas no balanço de pagamentos que perseguiram o processo durante todo o período, o chamado estrangulamento externo (Tavares, 1972). Segundo Macario (1964) e Baer (1972), o protecionismo foi exagerado na América Latina. É possível se discutir possíveis vantagens do protecionismo, se feitas moderadamente. Alguns dirão que não há vantagem alguma em qualquer tipo de protecionismo, como argumentado já em alguns comentários em posts anteriores. No entanto, mesmo que você seja de

Auto-promoção: Kang fala sobre Amartya Sen

O Lucas Mendes do blog Austríaco tem estudado os escritos de Amartya Sen, uma vez que ele tem trabalhado com Rawls e os libertários em seu mestrado em Filosofia Política pela UFSM. Não acho que eu seja o mais indicado, mas o Lucas achou que eu poderia falar sobre Sen para o seu blog, apesar do blog Austríaco ser um divulgador de idéias libertárias. Vocês podem achar a entrevista que concedi clicando AQUI. (Agradeço a dica do Enoch). De qualquer forma, agradeço a oportunidade: foi boa pra relembrar Sen, que foi deixado um pouco de lado após a conclusão de meu trabalho sobre Teorias de Justiça em janeiro. Enquanto isso, vou aproveitando o fim de semana chuvoso de turismo no Rio de Janeiro...