Conheci uma sueca, doutoranda em ciência politica, quando estava em New York por ocasião da Conferência da Human Development and Capability Association. Disse ela que na Suécia, um politico que pegasse um táxi usando dinheiro público poderia gerar manchetes nos jornais, uma vez que ele deveria ter pegado um ônibus. Apesar do clima inóspito, suecos são ricos e considerados um dos povos mais igualitários entre as democracias. A qualidade de vida deles é atestada pelos resultados do IDH, onde estão sempre entre os primeiros.
Suecos e noruegueses costumam ser muito educados, pelo menos os que conheci. Certamente, minha amiga Sibeli que está lá trabalhando por três meses com a Igreja (Luterana) da Suécia poderá nos falar mais sobre o país em breve. De qualquer forma, as instituições e a performance esconômica escandinavas, invejadas por muitos, tem origens no passado. Esses países estavam longe da prosperidade no começo do século 20. Algumas coisas aconteceram desde então, e após a II Guerra, algumas medidas macroeconômicas tornaram-se importantes.
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Gösta Rehn e Rudolf Meidner eram economistas de sindicatos na Suécia. Esses dois caras, pouco conhecidos por aí, foram responsáveis por delinear as medidas macroeconômicas que nortearam a economia sueca pouco tempo depois da II Guerra.
Sua política consistia basicamente no seguinte: uma política fiscal rígida e uma política salarial solidária, tentando combinar estabilidade de preços e pleno emprego. Segundo comentários que ouvi, as empresas tiveram que pagar salários altos a seus empregados, ao mesmo tempo em que eram expostas a concorrência internacional, uma vez que precisavam exportar seus produtos, dada a pequena extensão do mercado nacional. Impedidos de baixar salários, as firmas ganharam em eficiência. O Estado entrava ativamente através de proteção social para o desemprego que naturalmente poderia ocorrer com os altos salários e a quebra das empresas ineficientes.
Nunca ouvira claramente a respeito e, provavelmente, é algo que merece ser estudado. Os países escandinavos são sempre alardeados por sua igualdade política e opulência econômica também eqüitativamente distribuída. É claro que há exageros, mas sem dúvida os paises escandinavos conseguiram resultados invejáveis para a maioria das nações, apesar da carga tributária elevada (alguns leitores desse blog devem achar a Suécia um horror devido a suposta imoralidade de sua tributação).
No entanto, estranhamente, poucos no Brasil ouvem falar em Rehn e Meidner. Algo que merece alguma atenção, mesmo que seja para depois criticarmos a idéia. Afinal, será que podemos dizer que o sucesso sueco ocorreu apesar das medidas econômicas dos social-democratas?
Suecos e noruegueses costumam ser muito educados, pelo menos os que conheci. Certamente, minha amiga Sibeli que está lá trabalhando por três meses com a Igreja (Luterana) da Suécia poderá nos falar mais sobre o país em breve. De qualquer forma, as instituições e a performance esconômica escandinavas, invejadas por muitos, tem origens no passado. Esses países estavam longe da prosperidade no começo do século 20. Algumas coisas aconteceram desde então, e após a II Guerra, algumas medidas macroeconômicas tornaram-se importantes.
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Gösta Rehn e Rudolf Meidner eram economistas de sindicatos na Suécia. Esses dois caras, pouco conhecidos por aí, foram responsáveis por delinear as medidas macroeconômicas que nortearam a economia sueca pouco tempo depois da II Guerra.
Sua política consistia basicamente no seguinte: uma política fiscal rígida e uma política salarial solidária, tentando combinar estabilidade de preços e pleno emprego. Segundo comentários que ouvi, as empresas tiveram que pagar salários altos a seus empregados, ao mesmo tempo em que eram expostas a concorrência internacional, uma vez que precisavam exportar seus produtos, dada a pequena extensão do mercado nacional. Impedidos de baixar salários, as firmas ganharam em eficiência. O Estado entrava ativamente através de proteção social para o desemprego que naturalmente poderia ocorrer com os altos salários e a quebra das empresas ineficientes.
Nunca ouvira claramente a respeito e, provavelmente, é algo que merece ser estudado. Os países escandinavos são sempre alardeados por sua igualdade política e opulência econômica também eqüitativamente distribuída. É claro que há exageros, mas sem dúvida os paises escandinavos conseguiram resultados invejáveis para a maioria das nações, apesar da carga tributária elevada (alguns leitores desse blog devem achar a Suécia um horror devido a suposta imoralidade de sua tributação).
No entanto, estranhamente, poucos no Brasil ouvem falar em Rehn e Meidner. Algo que merece alguma atenção, mesmo que seja para depois criticarmos a idéia. Afinal, será que podemos dizer que o sucesso sueco ocorreu apesar das medidas econômicas dos social-democratas?
Comentários
Abraço!
De fato, eu só postei isso aqui pois fiquei curioso e talvez merecesse ser estudado. A coisa não é tão simples assim acredito eu. Talvez só valha dentro de certas condições institucionais. Assim que tiver mais informações, posto aqui.
Além disso, acho q o fator principal para o desenvolvimento dos países escandinavos é o capital humano. As políticas salariais deveriam estar refletindo a qualidade da oferta da força de trabalho.
Abs.
Quanto ao capital humano, interessante mesmo - pode ser!. Lamento pela meu pouco conhecimento. Sou tão neófito no assunto quanto vocês.