Em um livro clássico, David Plank (1996) afirma que a causa principal do atraso educacional brasileiro é que interesses privados se sobrepõem a objetivos públicos na educação. A afirmação parece fazer sentido com o que vivemos no dia-a-dia.
Por outro lado, Plank (1996) quer dizer com isso que, em outros lugares em que se deu a expansão educacional, os objetivos públicos ficaram a frente dos interesses privados na educação. Terá sido mesmo? É possível que autores estrangeiros idealizem a história da expansão educacional em seus próprios países.
Se tivermos em mente o que Douglass North, John Wallis e Barry Weingast escreveram em "Violence and Social Orders", podemos ter uma outra ideia acerca disso. Todas as mudanças em prol de cidadania vieram da extensão de privilégios das elites. Sob essa visão, o Estado sempre sofre de captura, mas em algum momento ocorre a transição para um arranjo que permite a extensão de privilégios.
Talvez a resposta esteja na transição e não na constatação, talvez universal em Estados "naturais" (como definem North e seus associados), de que objetivos privados se sobrepuseram aos públicos.
Comentários
Tem uma versão em português!