Uma das melhores coisas que tem acontecido nesse semestre é que eu, Fabio Pesavento e Thales Pereira temos conseguido nos reunir semanalmente para discutir história econômica. Mais do que isso, temos alunos que também discutem o tema conosco. O Clube de História Econômica da ESPM-Sul tem sido bem-sucedido e tivemos até agora excelentes discussões.
Nos últimos três encontros, conseguimos discutir cada uma das três mais conhecidas vertentes de explicação das causas do crescimento de longo prazo: geografia, instituições e cultura. A fim de não exigir demais também dos alunos, que estão tendo seu primeiro contato com história econômica geral em sua maioria, pegamos um texto representativo de cada tópico. Para a geografia, escolhemos um capítulo do livro clássico de Jared Diamond (Armas, Germes e Aço); para as instituições, o texto escolhido foi o do trio Acemoglu, Johnson e Robinson ("Reversal of Fortune...", QJE, 2002); e, para cultura, discutimos o texto de Nathan Nunn ("Culture and the Historical Process", Economic History of Developing Regions, 2012). Enquanto os dois primeiros são textos clássicos, o último é um survey sobre a pesquisa recente sobre o papel da cultura.
Embora o grupo de professores fechem uns com os outros afirmando a importância do papel das instituições, temos algumas divergências sobre qual o peso de cada uma das vertentes. O Thales acha que o papel da cultura é praticamente nulo, eu acredito que a situação inicial (que inclui a cultura pravelente) pode levar a diferentes trajetórias dado um mesmo choque. Mas o fato é que não sabemos os valores dos coeficientes se tentássemos traduzir isso em uma combinação linear a*geografia + b*instituições + c*cultura + erro.
A discussão tem sido produtiva e com contribuições muito interessantes dos alunos. O próximo assunto é Revolução Industrial, em que discutiremos os textos de North e Weingast (JEH, 1989); Joel Mokyr (2010) e Bob Allen (EHR, 2011). Certamente todos aprenderemos bastante com o clube nas próximas semanas.
Aliás, aqui vai a primeira parte do documentário Guns, Germs and Steel da NatGeo. Bom entretenimento!
Nos últimos três encontros, conseguimos discutir cada uma das três mais conhecidas vertentes de explicação das causas do crescimento de longo prazo: geografia, instituições e cultura. A fim de não exigir demais também dos alunos, que estão tendo seu primeiro contato com história econômica geral em sua maioria, pegamos um texto representativo de cada tópico. Para a geografia, escolhemos um capítulo do livro clássico de Jared Diamond (Armas, Germes e Aço); para as instituições, o texto escolhido foi o do trio Acemoglu, Johnson e Robinson ("Reversal of Fortune...", QJE, 2002); e, para cultura, discutimos o texto de Nathan Nunn ("Culture and the Historical Process", Economic History of Developing Regions, 2012). Enquanto os dois primeiros são textos clássicos, o último é um survey sobre a pesquisa recente sobre o papel da cultura.
Embora o grupo de professores fechem uns com os outros afirmando a importância do papel das instituições, temos algumas divergências sobre qual o peso de cada uma das vertentes. O Thales acha que o papel da cultura é praticamente nulo, eu acredito que a situação inicial (que inclui a cultura pravelente) pode levar a diferentes trajetórias dado um mesmo choque. Mas o fato é que não sabemos os valores dos coeficientes se tentássemos traduzir isso em uma combinação linear a*geografia + b*instituições + c*cultura + erro.
A discussão tem sido produtiva e com contribuições muito interessantes dos alunos. O próximo assunto é Revolução Industrial, em que discutiremos os textos de North e Weingast (JEH, 1989); Joel Mokyr (2010) e Bob Allen (EHR, 2011). Certamente todos aprenderemos bastante com o clube nas próximas semanas.
Aliás, aqui vai a primeira parte do documentário Guns, Germs and Steel da NatGeo. Bom entretenimento!
Comentários
João Melo
Cultura é instituição.
Abraços,
De qualquer maneira... eu não sei de um manual específico que trate da Revolução marginalista em diante. Só te adianto que essas coisas devem estar primeiro em Bentham e seu utilitarismo clássico, passando por Stuart Mill, chegando aos marginalistas Jevons, Walras e Menger. Certamente Edgeworth e Marshall colaboraram bastante, assim como provavelmente Pareto. Mas é apenas uma opinião clichê de alguém que não estuda muito a história das ideias.