Pular para o conteúdo principal

Novo qualis de economia

Eu mudaria bastante a lista.

Acho que o Leo Monastério está certo em dizer que há menos distorções do que em outras áreas. Entendo também que o processo de escolha do qualis é tanto técnico quanto político. E sei também que cada indivíduo pode vir como um ranking diferente do meu (sabemos como é difícil agregar preferências...). Mas tenho alguns pontos que deveriam ser considerados.

  • Primeiro, a defesa da minha área. As melhores revistas de história econômica, no caso a Journal of Economic History, a Explorations in Economic History e a Economic History Review amargam posições B no ranking (B1, B1 e B2 respectivamente). Enquanto isso, revistas também voltadas a públicos específicos como a History of Political Economy (A1), Journal of Post-Keynesian Economics (A1) ou Cambridge Journal of Economics (A1) estão muito à frente.
  • Isso não significa que eu ache que as revistas de história econômica tenham que ser A1. Mas outras revistas de públicos específicos e de impacto relativamente baixo, por mais que publiquem excelentes artigos, não podem ser igualadas a AER, QJE, JPE ou Econometrica na minha opinião.
  • Revistas de história econômica que já estão com boa inserção internacional como a Revista de História Económica ou a European Review of Economic History nem figuram na classificação.

Ficarei apenas com essas observações, embora eu pudesse discutir mais sobre isso.




Comentários

Anônimo disse…
Oi thomas,
Só coisas que me chamaram atenção no Qualis.
como sei que estuda capabilities, aí vai)

O Journal of Human Development and Capabilities está com Qualis C (!), enquanto ABCustos de são leopoldo está com B5.

Além disso, a Economics and Human Biology (que me agrada muito) ficou com B4, mesma qualificação da Revista Árvore.

Um abraço,
Thomas H. Kang disse…
Não cheguei a olhar lá embaixo! Excelente informação! Bizarro de fato.
Humberto disse…
Atravessando o assunto, lembremos que Grisha Perelman provou a conjectura de Poicaré, em um artigo que assombrou o mundo, publicando-o num simples site na internet. Mas isso não tem nada a ver com o que vocês estão falando

Postagens mais visitadas deste blog

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen