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Mostrando postagens de agosto, 2012

Tapando o sol com a peneira na educação

A divulgação do resultado do IDEB com o RS abaixo da expectativa (e abaixo dos vizinhos catarinenses) foi motivo para que a secretaria da educação do Estado se manifestasse. Afirmou-se que: A Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul respeita a avaliação do Ideb, mas questiona suas prioridades. Para o titular da pasta, Jose Clovis de Azevedo, o exame deveria englobar disciplinas além de matemática e português. Segundo ele, o ensino no Estado é mais diversificado do que o dos catarinenses, que é muito focado em "avaliações externas". Se outras disciplinas integrassem o Ideb, o resultado poderia ser outro, entende o secretário . Críticas ao IDEB podem ser feitas, mas não adianta tapar o sol com a peneira. A educação básica no Rio Grande do Sul tem ficado em segundo plano por sucessivos governos, sejam eles de esquerda ou direita. Esse resultado não é do governo atual ou do anterior, mas o resultado do conjunto da obra. E querer fazer um novo índice apenas gaúcho qu

50% de quotas?

A aprovação pelo Senado de uma lei que reserva 50% de cotas nas vagas das universidades federais para alunos que cursaram o ensino médio inteiro em escolas públicas gerou uma grande controvérsia nos meios de comunicação, inclusive entre os blogs. Logo que a lei foi aprovada, o Mansueto se manifestou . Ele não é contrário às cotas como tais, mas devido à significativa discrepância entre a escola pública e a privada na educação básica, ele acha que essa lei é temerária. O ponto que incomoda a todos é a questão da qualidade. Em artigo no Estadão, Fernando Reinach também argumentou contrariamente à aprovação dessa lei . Os argumentos dos dois que citei tem força e devem ser levados em conta no debate. Assim como o Mansueto, não sou contra medidas redistributivas ou ações afirmativas. Acredito que este tipo de ação serve para reparar injustiças no que se refere à igualdade de oportunidades, embora apenas como medida paliativa no curto prazo. Para o longo prazo, é evidente que a solução

Instituições, Geografia, Cultura, Demografia, etc?

Um blogeiro nem sempre está atualizado, o que é um problema. Mas com essa discussão que sempre temos acerca da causa principal do crescimento de longo prazo, que está claramente em evidência com o Why Nations Fail , achei alguma coisa aqui. Essa reportagem de 2007 discorre sobre o livro do Greg Clark, A Farewell to Alms . O livro básico de interpretação malthusiana do processo de crescimento em que questões demográficas e hábitos tornam-se elementos centrais. Na minha ânsia de classificar e correndo o risco de dizer bobagem, acho que podemos dizer que há essas hipóteses: a hipótese geográfica (com inúmeras vertentes e representados por estudiosos como Jeffrey Sachs ou Jared Diamond ) a hipótese institucional (com North e, mais recentemente, Acemoglu, Johnson e Robinso n, sem esquecer Engerman e Sokolof f) a hipótese demográfica ( Greg Clark ) a hipótese cultural/ideológica (recentemente McCloskey ) Pergunto-me se há mais alguma. Jeff Williamson e a questão do comércio aju

Frase do dia

Do Valor de ontem, indicada pelo colega Guilherme Stein: Delfim Netto: O senhor sabe que o país está quebrado, não é? Presidente Figueiredo: É, eu sei. O Geisel fez o pinto botar um ovo de avestruz. Agora vai lá e costura.

Escolha social, bem-estar e teoremas

Ontem iniciamos um novo grupo de estudo sobre questões de justiça. O grupo, com gente da área econômica, filosófica e jurídica, decidiu estudar alguns textos básicos do Amartya Sen. Fui responsável ontem por apresentar a palestra por ocasião da entrega do Nobel a Sen em 1998. "The Possibility of Social Choice" está disponível no site do Nobel , além de ter sido publicado pela AER no ano seguinte . Quem estudou os capítulos normativos de algum manual de microeconomia acaba conhecendo os teoremas do bem-estar e o Teorema da Impossibilidade de Arrow. Talvez a grande vantagem de ter lido o texto do Sen é descobrir que há vários problemas em todos esses teoremas: não no que se refere à sua validade matemática, evidentemente. Mas mudando suas hipóteses, ou seja, através de um outro ponto de vista normativo, é possível chegar a resultados mais interessantes. Sen comenta que há diversos resultados de possibilidade de escolha social. Em "Sobre Ética e Economia" , Sen de