O regimento da USP obriga os alunos do mestrado a passar por um exame de qualificação da dissertação seis meses antes do prazo de defesa estipulado. No caso, temos 2 anos e 8 meses para defender, o que é um prazo relativamente longo em relação a outros cursos de mestrado. Sei que na PUC-Rio, meus ex-colegas estão próximos de seu prazo final, enquanto que na FGV-SP parece que o pessoal precisa defender no meio desse ano.
É claro, todas as bolsas acabam em dois anos, por isso ter 2 anos e 8 meses pode não ter nada de vantajoso. De qualquer forma, dia 5 de fevereiro tive que apresentar um texto para a qualificação. O ideal é que tenha-se já uma parte da dissertação estruturada. No entanto, apresentei a versão tantas vezes já modificada de meu paper "Educação, Poder Político e Desenvolvimento no Brasil, 1930-1964". Além de meu orientador, compuseram a banca os professores Ricardo Madeira e Dante Aldrighi.
Acreditava que dessa forma, estaria contemplando dois aspectos de meu trabalho. O Prof. Ricardo poderia dar excelentes sugestões na parte econométrica, enquanto que o Prof. Dante faria mais comentários na parte institucional. De fato, o Prof. Dante fez isso e deu muitas sugestões além de levantar muitas suspeitas válidas. Inclusive fiquei sem respostas para algumas questões. No entanto, quem mais me surpreendeu foi o Prof. Ricardo: ele pouco se preocupou com a parte econométrica para justamente dizer que havia muitas correções a serem feitas na parte qualitativa. Só a partir disso, seria possível montar uma boa estratégia de identificação econométrica. Mas primeiro, investigar melhor a parte institucional. Fiquei também sem ter muito o que dizer. Meu orientador disse que definitivamente se convenceu de alguns pontos levantados pelo Ricardo.
Se eu fizer tudo que os professores mandarem fazer, vou demorar uns três anos. Foi uma banca boa e ruim: aprendi muito mas vi que terei muito trabalho pela frente. Prof. Marcos Rangel, assim que me viu (e estava sabendo de tudo), disse que eu precisava começar a trabalhar, recordando que a época em que ele mais teve que trabalhar foi depois de sua qualificação. Apenas meneei a cabeça dando-lhe razão.
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Abraço