Afirmam muitos que o mundo, até algumas décadas atrás, era um mundo keynesiano. De fato, as proposições político-econômicas de Keynes inspiraram a onda de intervenção estatal na economia após a crise de 1929. Contudo, embora a maioria dos economistas fossem keynesianos, existia uma diferença bem clara entre eles: haviam os keynesianos da síntese neoclássica e outros keynesianos um pouco mais próximos de Marx. Mas não haviam keynesianos apenas keynesianos? A controvérsia do capital destacou muito bem os economistas dessas duas correntes: Paul Samuelson, na Cambridge americana, foi responsável pelo manual de economia estudado por milhares de economistas, cuja formalização e estilo tornaram-se referência para todos os manuais posteriores. Do outro lado, na Cambridge inglesa, Joan Robinson liderava um grupo de keynesianos que acusavam o keynesianismo ortodoxo de ser bastardo. Robinson, após contribuir com uma teoria de concorrência imperfeita, aproximou-se de Marx na década de 40, embora r
Oikomania: Reflexões em História Econômica, Desenvolvimento e Filosofia Política