Contrafactual para um historiador é praticamente um pecado. Conjecturas sobre o que teria acontecido caso um fator x ou y não tivesse existido são comumente mal vistas. O historiador, mesmo o econômico, não deveria tratar do que não aconteceu, afinal isso não é história. William Summerhill resolveu falar sobre os contrafactuais hoje. Enquanto ele falava, eu, Felipe e o Prof. Renato apenas trocamos olhares. Recentemente discutíramos a respeito do tema lendo um texto clássico de Robert Fogel, Nobel em Economia de 1993*. Para mim ficou evidente lendo aquele texto a falácia da negação do contrafactual. Como afirma Fogel, sempre que afirmamos que um fator x foi de crucial importância para a ocorrência de tal processo histórico, estamos dizendo implicitamente que, sem aquele fator, as coisas teriam ocorrido de forma significativamente diferente. A única diferença então é que alguns, conscientes de que estão sempre fazendo suposições contrafactuais, explicitam isso. Outros, aqueles que pregam
Oikomania: Reflexões em História Econômica, Desenvolvimento e Filosofia Política