tag:blogger.com,1999:blog-77641546041933126682024-03-12T17:43:58.141-07:00Thomas H. KangOikomania: Reflexões em História Econômica, Desenvolvimento e Filosofia PolíticaThomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.comBlogger474125tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-29140520635672161642021-02-04T05:19:00.003-08:002021-02-04T05:23:40.137-08:00Ops, se você procura minhas publicações...<div>Este blog está relativamente parado há algum tempo. </div>Minhas publicações e outras coisas mais podem ser encontradas em <a href="https://sites.google.com/site/kangthomas">https://sites.google.com/site/kangthomas</a>.<div>Você também pode me encontrar no minha conta do Twitter: <a href="https://twitter.com/kangthomas">@kangthomas</a>.<br /><div>Obrigado pela visita! <br /><div><br /></div></div></div>Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-77609541400406673502019-10-16T08:20:00.001-07:002019-10-16T08:20:46.186-07:00Nobel 2019O Nobel de Economia me surpreendeu.<br />
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Obviamente, não por irrelevância ou demérito. Com certeza, os trabalhos de <a href="https://www.nobelprize.org/prizes/economic-sciences/2019/summary/" target="_blank">Banerjee, Duflo e Kremer</a> deram impulso para um programa de pesquisa rico e importante. Não foram poucas as pessoas que, motivadas por este programa de pesquisa, se debruçaram sobre o tema da pobreza e do desenvolvimento com métodos de identificação bem desenhados.<br />
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No entanto, não é comum que uma linha tão recente de pesquisa e que ainda sofre questionamentos seja agraciada com um Nobel tão cedo. Minha aposta era David Card e Joshua Angrist, com talvez uma homenagem a Alan Krueger, falecido neste ano. Estes economistas foram responsáveis pela atenção dada à identificação em economia do trabalho. <a href="https://www.economist.com/finance-and-economics/2019/03/21/alan-krueger-natural-talent" target="_blank">Conta-se que Krueger teria sido inspirado por trabalhos da área médica</a>.<br />
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Errei nos nomes, acertei no método. O trio vencedor levou a preocupação com a identificação para os estudos de pobreza e desenvolvimento. Ao invés de procurar por políticas que pudessem ser testadas, passaram eles mesmo a elaborar intervenções - simulando condições de laboratório em ciências sociais. <a href="https://promarket.org/esther-duflo-how-to-find-the-right-questions/" target="_blank">Duflo conta que foi treinada por Angrist e Pischke em economia do trabalho, enquanto Banerjee e Kremer a treinaram em pobreza e desenvolvimento</a>.<br />
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Existem questionamentos quanto as<a href="https://www.sciencemag.org/news/2019/10/economics-nobel-honors-trio-taking-experimental-approach-fighting-poverty" target="_blank"> implicações éticas</a> destes experimentos. Além disso, os problemas de validade externa são desafios para a abordagem, <span id="goog_1682280897"></span>como enfatizado por <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0277953617307359" target="_blank">Angus Deaton (outro agraciado com a honraria) e Cartwright</a><span id="goog_1682280898"></span>.<br />
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Apesar disso, acredito que Banerjee, Duflo e Kremer merecem o prêmio. Talvez apenas tenha sido um pouco cedo. O reconhecimento para o trio, de qualquer forma, não deixa de ser uma homenagem póstuma a Krueger e à <a href="https://economics.mit.edu/files/5566" target="_blank">"credibility revolution" </a>na econometria.Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-36936909230108822002019-10-10T11:30:00.001-07:002019-10-10T11:30:01.669-07:00Privilégios e direitosEu comecei a escrever a este post há alguns anos. Não sei por que não publiquei. Talvez eu tenha achado que algumas ideias estavam imaturas.<br />
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O<a href="https://www.amazon.com.br/dp/B00E3URBM8/ref=dp-kindle-redirect?_encoding=UTF8&btkr=1" target="_blank"> livro de North, Wallis e Weingast, embora seja de 2009</a>, ainda é pouco conhecido para o público leigo. A sua agenda de pesquisa, embora venha crescendo, ainda é limitada - uma vez que operacionalizá-la não parece ser trivial. Entretanto, <a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/beyond-institutions-beliefs-and-leadership/9E0BEE7C6B4CBAF0400157C900731DD7" target="_blank">há gente importante publicando sobre algumas questões propostas por aquele livro</a>.<br />
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<a href="https://www.amazon.com.br/dp/B00E3URBM8/ref=dp-kindle-redirect?_encoding=UTF8&btkr=1" target="_blank">"Violence and Social Orders" </a>tenta desenhar um arcabouço para interpretar as transformações do Estado, tomando como base a questão da violência. A capacidade do Estado de controlar a violência é chave para se entender o papel do Estado, o que remete a Hobbes. O livro também tenta explicar como arranjos que eles denominam "estado natural", embora pouco flexíveis para absorver choques tecnológicos, foram adaptativos em boa parte da história por conseguir controlar a violência de forma relativamente eficiente. </div>
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Alguns países, no entanto, conseguiram sair do que eles chamam de "estado natural" (ou ordens de acesso limitado) para o assim chamado "ordem de acesso aberto" (ou <i>open access orders</i>). Nesse tipo de ordem, cresce a impessoalidade ao se criarem organizações não-estatais com certa independência em relação ao Estado. Antes de se chegar a esse arranjo, os privilégios são garantidos à coalizão dominante. Aos demais, recai a espada da lei. Entretanto, quando outras elites entram na disputa pelo poder, pode ocorrer um arranjo que leva a sociedade a mudar de equilíbrio: os privilégios são estendidos para outras elites e passam a ser, aos poucos, chamados de direitos. Os direitos de cidadania, portanto, tem origem nos privilégios de elites, que são estendidos para o restante da sociedade à medida que é necessário justificar privilégios para distintos grupos. Em outras palavras, a competição entre elites faz com que privilégios sejam estendidos e transformados em direitos posteriormente. </div>
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Chamei atenção para apenas alguns aspectos da obra dos três autores (North, Wallis e Weingast). Eles estão na esquina entre a ciência política e a economia. Não se trata de modelagem econômica aplicado à política (que é um programa também interessante, mas distinto). Trata-se de uma junção entre teoria política tradicional com economia institucional. É com certeza uma leitura fundamental por seus <i>insights</i>, embora ainda seja necessário se criar um programa de pesquisa convincente sobre o tema.</div>
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Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-61185023106165008022019-10-09T12:05:00.000-07:002019-10-09T12:05:00.752-07:00Tese de doutorado onlineDivulgo aqui também a versão online de minha tese de doutorado: <a href="https://lume.ufrgs.br/handle/10183/200142" target="_blank">The political economy of education under military rule in Brazil, 1964-1985</a>, defendida no Programa de Pós-Graduação em Economia da UFRGS. Agradeço as sugestões de orientador e banca: Flavio Comim (UFRGS), Samuel Pessôa (FGV-Rio), Sergio Monteiro (UFRGS) e William Summerhill (UCLA).<br />
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Não consigo me adaptar ao Twitter - ao menos para escrever textos um pouco mais longos, que exigiriam um fio (ou <i>thread</i>). Gosto de ler os fios de outros(as) e o impacto do Tweeter é muito maior. Ao menos por enquanto, voltarei a escrever no blog - o que talvez seja como utilizar um Nokia 2280.<br />
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<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-3380897904081219252017-12-12T03:37:00.001-08:002017-12-12T03:38:32.687-08:00Não é Akerlof, é limão mesmo<div dir="ltr">
É <i>Journal of Economic History:</i><br />
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<blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204 , 204 , 204); margin: 0px 0px 0px 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/origins-of-the-sicilian-mafia-the-market-for-lemons/52B18A611BD8AE26B4FDE3814A4239F1">Origins of the Sicilian Mafia: The Market for Lemons</a></blockquote>
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<blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204 , 204 , 204); margin: 0px 0px 0px 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/origins-of-the-sicilian-mafia-the-market-for-lemons/52B18A611BD8AE26B4FDE3814A4239F1">Arcangelo Dimico (a1), Alessia Isopi (a2) and Ola Olsson (a3)</a></blockquote>
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<blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204 , 204 , 204); margin: 0px 0px 0px 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/origins-of-the-sicilian-mafia-the-market-for-lemons/52B18A611BD8AE26B4FDE3814A4239F1"> https://doi.org/10.1017/S002205071700078X</a></blockquote>
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<blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204 , 204 , 204); margin: 0px 0px 0px 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/origins-of-the-sicilian-mafia-the-market-for-lemons/52B18A611BD8AE26B4FDE3814A4239F1">Published online: 24 November 2017</a></blockquote>
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<blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204 , 204 , 204); margin: 0px 0px 0px 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/origins-of-the-sicilian-mafia-the-market-for-lemons/52B18A611BD8AE26B4FDE3814A4239F1">Abstract</a></blockquote>
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<blockquote class="gmail_quote" style="border-left: 1px solid rgb(204 , 204 , 204); margin: 0px 0px 0px 0.8ex; padding-left: 1ex;">
<a href="https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/origins-of-the-sicilian-mafia-the-market-for-lemons/52B18A611BD8AE26B4FDE3814A4239F1">In this article, we study the emergence of an extractive institution that hampered economic development in Italy for more than a century: the Sicilian mafia. Since its first appearance in the late 1800s, the reasons behind the rise of the Sicilian mafia have remained a puzzle. In this article, we argue that the mafia arose as a response to an exogenous shock in the demand for oranges and lemons, following Lind's discovery in the late eighteenth century that citrus fruits cured scurvy. More specifically, we claim that mafia appeared in locations where producers made high profits from citrus production for overseas export. Operating in an environment with a weak rule of law, the mafia protected citrus production from predation and acted as intermediaries between producers and exporters. Using original data from a parliamentary inquiry in 1881–1886 on Sicilian towns, the Damiani Inquiry, we show that mafia presence is strongly related to the production of oranges and lemons. The results hold when different data sources and several controls are employed.</a></blockquote>
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Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-21852857602772589322017-11-16T09:12:00.001-08:002017-11-16T18:25:46.529-08:00Interesses privados contra objetivos públicos na educação<div dir="ltr">
Em um livro clássico, David Plank (1996) afirma que a causa principal do atraso educacional brasileiro é que interesses privados se sobrepõem a objetivos públicos na educação. A afirmação parece fazer sentido com o que vivemos no dia-a-dia.<br />
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Por outro lado, Plank (1996) quer dizer com isso que, em outros lugares em que se deu a expansão educacional, os objetivos públicos ficaram a frente dos interesses privados na educação. Terá sido mesmo? É possível que autores estrangeiros idealizem a história da expansão educacional em seus próprios países.</div>
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Se tivermos em mente o que Douglass North, John Wallis e Barry Weingast escreveram em "Violence and Social Orders", podemos ter uma outra ideia acerca disso. Todas as mudanças em prol de cidadania vieram da extensão de privilégios das elites. Sob essa visão, o Estado sempre sofre de captura, mas em algum momento ocorre a transição para um arranjo que permite a extensão de privilégios.</div>
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Talvez a resposta esteja na transição e não na constatação, talvez universal em Estados "naturais" (como definem North e seus associados), de que objetivos privados se sobrepuseram aos públicos. </div>
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Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-46456145832581587712017-11-07T07:47:00.000-08:002017-11-07T08:20:53.845-08:00Retórica e prática no gasto educacional<div dir="ltr">
Em todos os períodos que tenho estudado a respeito do atraso educacional no Brasil, há um problema bastante recorrente: a distância entre a retórica do governo e as políticas efetivamente implementadas.<br />
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Há discursos do século XIX (Rui Barbosa, por exemplo), que já mostram claramente a consciência quanto ao atraso educacional do país. Já para Getúlio Vargas, a educação era algo que salvaria a nação. Até houve expansão da educação de 1930 em diante, mas longe de ser algo exemplar. Não tenho elogios também a fazer ao período democrático, em particular aos governos de Vargas (951-54) ou Kubistschek (1956-61), ainda que Dutra (1946-1951) e Goulart (1961-63) pareçam ter sido mais sensíveis ao problema do ensino primário. No regime militar, a reforma de 1971 procurava universalizar o primeiro grau e expandir o ensino técnico-profissional, conforme era aparentemente o plano do ministro Passarinho, mas não houve recursos para se efetuar as mudanças (goste ou não o freguês da ideia de um segundo grau vocacional). </div>
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Qualquer análise desse problema no Brasil precisa dar conta dessa distância. A explicação não é <i>necessariamente</i> uma tentativa de governos de enganar a população. Talvez os governantes ou segmentos das elites políticas até achassem algo em tese importante. Contudo, educação aparentemente não interessava nem ao eleitorado, nem a certos grupos políticos com maior influência nas decisões.<br />
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Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-6874425347938086632016-03-18T06:52:00.000-07:002016-03-18T07:05:28.142-07:00Polarização e crise institucional - 15 meses depois<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<blockquote class="tr_bq">
<i>::: <span style="line-height: 19.32px;">Escrevi esse texto em 21/10/2014 no Facebook, logo antes do segundo turno, preocupado com a estabilidade institucional. Agora temos um governo e uma economia em frangalhos, elementos do Judiciário claramente ativistas, um ambiente que parece os anos 50-60 - ou seja, uma crise institucional. Se eu fosse mudar o texto, eu talvez revisasse o uso do conceito de "desenvolvimentismo" (já que foi uma distorção tosca e ainda mais deletéria dele) e lamentasse mais a escolha trágica (eu "marinei" no primeiro turno, o que também não era uma grande opção).</span><span style="line-height: 19.32px;"> </span><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Por outro lado, crises mudam coisas: pode ser para o bem ou para o mal. Tenho personalidade pessimista e avessa ao risco, mas oremos. :::</span></i></blockquote>
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<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
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<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
Votei na Dilma em 2010 porque reconhecia no Brasil de até então a melhor experiência de inclusão social e diminuição da desigualdade na América Latina - com manutenção de instituições democráticas e estabilidade macroeconômica durante a gestão Lula.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O país melhorou, mas o governo Dilma mudou o modelo definitivamente. O Desenvolvimentismo é conservador, autoritário e pouco humano (a ditadura militar também gostava dela) - muito pior do que o tripé macroeconômico de FHC e Lula.<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> Esse meio-desenvolvimentismo, tentando se adaptar a uma democracia e fingindo que valoriza estabilidade macroeconômica é talvez o pior de todos, porque ninguém sabe o que vai acontecer amanhã: nem crescimento alto gera (o único benefício que políticas desenvolvimentistas poderiam trazer, ainda que com custos humanos altíssimos). Uma política macroeconômica mal conduzida, por seu insucesso e pelos conflitos excessivos que geram, compromete as conquistas sociais, a estabilidade política e pode se tornar uma ameaça às instituições democráticas.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
O Aécio é mais conservador em diversos aspectos, eu sei. Muitas pessoas, com valores bem próximos aos meus, têm a mesma posição crítica que eu em relação às duas candidaturas, mas votarão na Dilma porque veem no Aécio coisa ainda pior. Fiquei indeciso por um tempo e entendo perfeitamente quem faz a opção pela continuidade. Mas diante do intenso maniqueísmo, ainda mais estimulado pela campanha da incumbente, e do risco que isso representa à nossa jovem democracia, optei em não votar na Dilma. Em geral, retrocessos institucionais são precedidos por polarização - e no Brasil não tivemos poucos episódios do tipo. Isso talvez desagrade quem tem valores parecidos com os meus, mas é preciso ser fiel à sua consciência - e, por isso, espero respeito ao meu posicionamento.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Não sei quem vai vencer, mas que tanto vencedores quanto perdedores entendam que instituições democráticas são o nosso patrimônio mais importante, até para não colocar em risco os avanços sociais no longo prazo. Só assim teremos um país desenvolvido, livre e igualitário. Isso em um futuro ainda distante - até porque, quem quer que vença, teremos quatro anos difíceis pela frente.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
PS: O antropólogo Luiz Eduardo Soares talvez tenha sido a pessoa que melhor captou minha percepção: <a href="http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/10/1533101-luiz-eduardo-soares-conversa-de-segundo-turno.shtml" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://www1.folha.uol.com.br/…/1533101-luiz-eduardo-soares-…</a><br />
PPS: Eduardo Jorge, Eduardo Campos e Marina eram opções melhores.</div>
</div>
Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-57186293593533794352015-03-01T19:07:00.002-08:002015-03-02T11:45:43.264-08:00Será que Zizek considerou seriamente o liberalismo igualitário? Talvez haja um ponto no recente <a href="http://blogdaboitempo.com.br/2015/01/12/zizek-pensar-o-atentado-ao-charlie-hebdo/" target="_blank">texto de Slavoj Zizek</a> comentando os ataques a Charlie Hebdo e o fundamentalismo islâmico. Há talvez uma série de questionamentos quanto à sua interpretação psicanalítica acerca do fundamentalismo (devo essa ideia ao Felipe Pimentel) e, certamente, também há aqueles que veem no texto prescrições contrárias ao liberalismo político. De qualquer maneira, talvez exista algum fundamento no seu diagnóstico sobre a insuficiência das democracias liberais em trazer paz e justiça (se considerarmos que elas andam juntas e são desejáveis).<br />
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De acordo com Zizek (pelo menos em minha interpretação e com o perdão para a incapacidade de meu teclado em acentuar corretamente nomes eslavos), a democracia liberal não consegue resolver os problemas distributivos. Acredito que esse diagnóstico esteja correto no que se refere a condições suficientes. No entanto, acho que a democracia liberal é uma condição <i>necessária, </i>mas não <i>suficiente</i>, para um mundo com menos opressivo (que seria um mundo melhor, mas longe do ideal idílico desejado por muitos). Evidentemente, um bom debate são as restrições culturais, uma vez que a democracia liberal é mais associada à cultura ocidental, ainda que o indiano Amartya Sen tenha praticamente me convencido acerca da importância das ideias democráticas no pensamento asiático. Nesse debate, em que novamente esquerda e direita se dividem de maneira tribal, talvez John Rawls e outros liberais igualitários já tenham fundamentado uma teoria que valoriza tanto a democracia liberal quanto as demandas por maior igualdade distributiva. Infelizmente, tais proposições parecem sempre estar à margem do debate, mesmo quando propõem liberalismo igualitário em nível global (ver Thomas Pogge ou Amartya Sen sobre o tema). <br />
<br />
Portanto, mesmo reconhecendo alguma dose de razão em Zizek em termos de diagnóstico, muitas prescrições ou soluções para o problema poderiam ser defendidas. Médicos diferentes concordam muitas vezes no diagnóstico de certa enfermidade, embora recomendem diferentes remédios. Nesse sentido, acredito que o liberalismo igualitário tenha respostas mais adequadas às demandas por liberdade, igualdade e fraternidade (nesse choque aparentemente "civilizacional", essa última parece ser importante).<br />
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Ainda assim, resta saber se os pontos tocados por Zizek não dependem demais de seu pressuposto psicanalítico, envolvendo insegurança, sentimento de ameaça e comportamento de grupo. Talvez isso seja tarefa para antropólogos - não devo ir além disso nesse texto.Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-54636690795660150122013-12-03T13:17:00.002-08:002013-12-03T13:17:48.324-08:00Radicalismos<div style="text-align: justify;">
Radicalismos podem conter uma série de equívocos: a principal delas é a incapacidade de ver que outros podem ter um pouco de razão. E geralmente, embora seja papo de boteco, pessoas radicais em um aspecto da vida (digamos, posição política), costumam ser também ser radicais em outras áreas da vida.</div>
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<div style="text-align: justify;">
A despeito das possíveis explicações genéticas e sociológicas para explicar os radicalismos, com todas as suas ramificações psicológicas, o radicalismo pode conter algo de bom. O seu grande defeito, a incapacidade de perceber as razões que motivam o outro lado, também guarda a virtude: se eles são tão radicais, em algum ponto eles podem estar certos.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Na questão política, o radicalismo <i>libertário</i> - apesar de todo seu exagero quanto ao papel da opressão estatal, em boa parte por conta dos absurdos traumas gerados pelas ditaduras totalitárias do século XX, mostra que a <i>liberdade de consciência</i>, por exemplo, é um aspecto fundamental a ser respeitado. O indivíduo não pode ser esquecido. Por outro lado, o radicalismo <i>socialista/comunista</i> mostra que existe de algo fundamentalmente errado em sociedades extremamente individualistas, que não protegem os mais vulneráveis e que geram <i>desigualdades políticas e econômicas</i>. A comunidade também não pode ser ignorada. </div>
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<br /></div>
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As soluções advogadas pelos radicais justamente cometem erros por desconsiderarem um desses lados. Uma sociedade com Estado mínimo tende a deixar tudo ocorrer naturalmente - onde obviamente os fortes terão vantagens sobre os fracos. A existência de um Estado maior não garante a nivelação dos fracos com os fortes, mas nesse caso a questão não é <i>se deve haver Estado</i>, mas sim <i>que tipo de Estado deve existir</i>. Por outro lado, é evidente que um Estado totalitário ou autoritário passa por cima de liberdades individuais, que foram sendo paulatinamente conquistadas desde a Reforma, passando pelas revoluções liberais na França e nos Estados Unidos. O Estado excessivamente grande é também uma ilusão como solucionador dos problemas: oprimir com o poder econômico é suficientemente grotesco, quanto mais com o poder político <i>de jure</i> nas mãos. O Estado, nesse caso, não deixa de ser uma aplicação de uma lógica de selva. <i>Estado ou Mercado não são panaceias. Esse conflito é um mito.</i></div>
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<br /></div>
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Lendas liberais ou socialistas continuam inspirando pessoas. Não é ilegítimo. Mas muitos deles, no afã de fazer prevalecer suas visões, permitiram derramamento de sangue. Às vezes me assusto quando esses estão acima de exemplos como Gandhi ou Martin Luther King, pessoas na minha opinião, muito mais inspiradoras.</div>
Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-2287612401115546912013-08-07T14:19:00.002-07:002013-08-07T14:19:19.064-07:00Mapa interativoPara quem está precisando de uma fonte compilada de dados que não seja o <a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC8QFjAA&url=https%3A%2F%2Fwww.cia.gov%2Flibrary%2Fpublications%2Fthe-world-factbook%2F&ei=eLgCUuHNF_aj4AOv_4CwBg&usg=AFQjCNH9iZ7Dm_3q_idjONMJseUDRKuuGg&sig2=3B8nAf-gHExKSZUjhHhhcQ&bvm=bv.50310824,d.dmg">CIA Factbook</a> ou de novos recursos didáticos, o <span id="goog_1429857692"></span><a href="http://www.statsilk.com/maps/world-stats-open-data">mapa interativo StatWorld é excelente</a><span id="goog_1429857693"></span>. É um mapa interativo que junta gráficos, mapas e dados em uma única tela. As possibilidades são inúmeras, além de conter uma fonte de dados públicos (inclusive econômicas) bastante ampla. <div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.statsilk.com/maps/world-stats-open-data"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq8FZN875LtQATAd2EzcvVwTJUJUsIgk2MA76JaLFEWCw5O_i-exvqCCuBW5qMKQn1tZss2dEThGVmdmhKh2A1mfPe0Garc_StPZY1H7mxuvuMwy0t-ZYSjnWgTDlfhEjaGV9lOWtpkS3y/s400/map.png" width="400" /></a></div>
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Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-75329464388669595202013-07-30T18:37:00.000-07:002013-08-02T21:16:20.065-07:00Dasgupta sobre ecologia, desenvolvimento e Índia<a href="http://www.prospectmagazine.co.uk/wp-content/uploads/2013/07/209_arts_dasgupta.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://www.prospectmagazine.co.uk/wp-content/uploads/2013/07/209_arts_dasgupta.jpg" width="320" /></a>Eu nunca li nada do Partha Dasgupta, professor no Departamento de Economia da Universidade de<br />
Cambridge. Conta-se por aí que ele e o Amartya Sen não são melhores amigos, assim como também se conta que Dasgupta não tinha grande apreço por fãs incondicionais de Keynes lá em Cambridge. Findada a seção de fofocas, temos esse artigo que meu ex-colega Henrique (que nunca atualizou seu lattes)<a href="http://www.prospectmagazine.co.uk/magazine/partha-dasgupta-amartya-sen-review-gdp-wealth-development-economics-getting-india-wrong/#.UfhlV40qbzw"> indicou sobre Índia e desenvolvimento de autoria do Dasgupta. </a><br />
<br />
Parece haver alguma verdade no que ele diz. Os atuais índices de desenvolvimento em geral parecem ignorar a questão ecológica ou dos recursos naturais. Sei pouco a respeito do tema, apesar de ter tido contato com o <a href="http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4787119J6">Prof. Ricardo Abramovay, que sempre escreve sobre o tema</a>. Ou mesmo da preocupação constante do Conselho Mundial de Igrejas com a questão da eco-justiça (englobando ecologia, economia e ecumenismo como ponto de partida). Mas enfim, vale a pena dar uma olhada <a href="http://www.prospectmagazine.co.uk/magazine/partha-dasgupta-amartya-sen-review-gdp-wealth-development-economics-getting-india-wrong/#.UfhlV40qbzw">no artigo de Dasgupta, criticando Sen e Bhagwati</a>.Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-66756666247987296612013-07-09T19:40:00.001-07:002013-07-09T19:40:23.878-07:00Volta do blogEsse blog esteve quieto durante um período bastante conturbado da história recente no Brasil. Protestos, transporte público, vandalismo, corrupção, médicos importados, cura gay e uma série de outros assuntos estiveram e ainda estão pipocando na mídia e nas redes sociais.<div>
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Minha ausência tem pouco a ver com toda essa movimentação, se bem que era um desafio manter-se razoavelmente informado sobre todos os assuntos, escrever, dar aulas em inglês e estar na fase final de uma metodologia nova para o IDESE.</div>
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Aproveitando o que está ocorrendo com os médicos, deixo aqui o link para duas notícias publicadas no site do Dr. Dráuzio Varella. <a href="http://drauziovarella.com.br/destaque2/o-problema-da-ma-distribuicao-dos-medicos-no-brasil/">A primeira é sobre a distribuição de médicos no Brasil</a>. <a href="http://drauziovarella.com.br/destaque1/governo-anuncia-programa-mais-medicos/">A segunda é sobre o novo programa "Mais Médicos"</a>, anunciados ontem. As matérias, embora no site de um médico, buscam imparcialidade e são informativas. Informação é o que menos temos em uma época em que gritar no Facebook logo se torna uma informação. </div>
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Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-62507935827474694292013-05-18T06:50:00.003-07:002013-05-18T06:51:28.194-07:00Musical sobre Rawls<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://b.vimeocdn.com/us/vod_poster/100/1008_275.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://b.vimeocdn.com/us/vod_poster/100/1008_275.jpg" width="216" /></a></div>
Meu amigo <a href="http://gustavo.barros.nom.br/">Gustavo</a> acaba de me mandar o seguinte link sobre um musical (isso mesmo, um musical) acerca da obra "Uma Teoria de Justiça" de John Rawls. <a href="http://www.openculture.com/2013/05/ia_theory_of_justice_the_musicali_imagines_philosopher_john_rawls_as_a_time-traveling_adventurer.html">O blog OpenCulture fez comentários muito positivos</a> acerca desse novo musical, em cartaz em Oxford - mas que logo deve aparecer também nos Estados Unidos.<br />
<br />
<br />
<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-58630488042778231192013-05-06T20:33:00.002-07:002013-05-06T20:33:16.599-07:00Sobre o silêncio do blogEste blog está silencioso por motivos razoáveis: estafa mental causado por excesso de trabalho e estudo - que se espera ser conjuntural.<br />
<br />
Atualmente, este blogueiro está trabalhando em coisas como:<br />
(1) mudanças metodológicas do <a href="http://www.fee.rs.gov.br/sitefee/pt/content/estatisticas/pg_idese.php">Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE)</a> da FEE;<br />
(2) projeto sobre desigualdade de gênero (ainda no início)<br />
(3) projeto sobre cenários do RS em um futuro próximo... (também no início)<br />
(4) Seminários de Leituras em Rawls, que é disciplina do <a href="http://www.ufrgs.br/filosofia/">PPGFil da UFRGS</a> - tudo isso faz parte de um esforço de estudo em <a href="http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0192701NV4GPX6">justiça distributiva deste grupo de pesquisa</a>.<br />
<br />
Sem contar nossas iniciativas recentes com<a href="http://www.fee.rs.gov.br/sitefee/pt/content/estatisticas/pg_idese.php"> feira de produtos ecológicos</a> e outras coisas mais (outro dia discorro sobre a minha capacidade de conciliar iniciativas idealistas com minha visão semi-hobbesiana da natureza humana).<br />
<br />
<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-31593921249714712832013-04-15T09:54:00.001-07:002013-04-15T10:00:05.306-07:00Sobre Thatcher, crise europeia, etc. O <a href="http://liesbigliesstatisticscomim.blogspot.com.br/2013/04/as-bobagens-sobre-thatcher.html">Flávio Comim escreveu muito bem sobre a era Thatcher neste post</a>. Recomendo t<a href="http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-gravidade-thatcher-,1020685,0.htm#">ambém esta reportagem que saiu no Estado de São Paulo</a> com Charles Kupchan, professor da Georgetown University. Ele fala do legado de Thatcher, da crise europeia e do papel dos governos. <br />
<br />
Agradeço a dica do <a href="http://lattes.cnpq.br/7333175222756661">Fred Hartmann</a>!Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-89900773921767078402013-04-13T06:02:00.003-07:002013-04-13T06:02:58.043-07:00Sobre vantagens comparativas (2)<a href="http://mitpress.mit.edu/sites/default/files/imagecache/booklist_node/9780262518598.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://mitpress.mit.edu/sites/default/files/imagecache/booklist_node/9780262518598.jpg" width="215" /></a>1. Negar a lógica das vantagens comparativas no comércio não é uma opção para economistas. Vantagens comparativas continuam tendo alto poder explicativo - o que não tem nada a ver com prescrições normativas. Reconhecer o poder preditivo e explicativo da teoria não significa que ela deva ser utilizada como norma.<br />
<br />
2. Se negar não é uma opção, quais motivos poderiam levar alguém a não recomendar o livre comércio? Jeff Williamson levanta três possibilidades em Trade and Poverty:<br />
<br />
<ul>
<li>Maldição dos recursos naturais</li>
<li>Volatilidade dos preços das commodities</li>
<li>Doença Holandesa</li>
</ul>
<br />
<br />
3. Por que estou escrevendo esse post? Porque é o que há de mais atualizado na discussão sobre o tema. Mesmo com Prebisch-Singer na cabeça ou lendo o Bresser falar de doença holandesa, <a href="http://mitpress.mit.edu/books/trade-and-poverty">Trade and Poverty do Williamson </a>é leitura obrigatória para qualquer economista preocupado com as relações entre comércio, crescimento e pobreza. É um livro que junta décadas de pesquisa deste <a href="http://scholar.harvard.edu/jwilliamson">Professor Emérito do Departamento de Economia de Harvard. </a>Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-13810527357035763532013-04-05T06:30:00.002-07:002013-04-05T09:26:45.258-07:00Documentário sobre planos de estabilização<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/iSqfaPGwDr4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Eu ainda não conhecia, mas a TV Câmara fez há alguns anos atrás um documentário sobre as tentativas de se debelar a inflação no Brasil, desde o Plano Cruzado até o Plano Real. É um subsídio interessante para aqueles que ensinam tópicos de Economia Brasileira. Sem contar que é sobre um dos períodos mais interessantes da história econômica recente.<br />
<br />
Como o documentário foi feito há alguns anos, as quedas recentes nas taxas de juros e o período de crescimento recente (em boa parte por conta da alta das commodities) não são contempladas no final do filme. Além disso, o Gustavo Franco aparece fazendo comentários muito parecidos com a <a href="http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,o-problema-nao-esta-no-bc-mas-no-ministerio-da-fazenda-diz-franco,149369,0.htm">entrevista dada por ele no dia 3 de abril no Estadão</a>.<br />
<br />
Agradecimento a colega Dani Tocchetto, que tem passado isso para os alunos nas aulas de Macroeconomia na ESPM-Sul.<br />
<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-72241385485368581102013-03-27T11:59:00.001-07:002013-03-27T14:36:37.128-07:00Protecionismo acadêmico<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://veja3.abrilm.com.br/assets/images/2010/8/14838/USP-size-598.jpg?1281010200" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" height="180" src="http://veja3.abrilm.com.br/assets/images/2010/8/14838/USP-size-598.jpg?1281010200" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu amigo Thales chamou atenção <a href="http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/usp-anuncia-abertura-de-escritorios-fora-do-brasil">para a seguinte reportagem da Veja </a>(não é uma reportagem polêmica da Veja, calma...): segundo a revista, a Universidade de São Paulo (USP) pretende abrir escritórios em Londres, Boston e Cingapura. A ideia é facilitar o intercâmbio acadêmico, tanto de alunos quanto professores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acredito que a ideia é correta, mesmo que devamos pensar nos custos incorridos. Mesmo que os custos sejam altos, acredito que o contato com o exterior, mais do que proporcionar agradáveis viagens a alunos e professores, é fundamental para termos pesquisa de ponta no Brasil. Evidentemente, pesquisa de ponta depende de recursos, mas uma forma de reduzirmos o gap na liderança científica é estarmos em contato com o exterior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em particular na economia (e nas ciências sociais em geral), o intercâmbio com o exterior é ainda mais necessário. Por décadas tivemos uma academia que, voltada para si mesma, pouco inovava - ou, se inovava, ignorava o que o resto do mundo fazia. Em parte, até barreiras linguísticas foram problemas - parte da academia brasileira nem ao menos tem fluência no inglês. Acompanhar a literatura na fronteira então fica fora de questão, à exceção de alguns poucos que puderam estudar no exterior ou lutaram contra as estruturas.<br />
<br />
Se isso era reflexo do alto grau de fechamento da economia brasileira, ainda é uma tese a ser desenvolvida. Assim como na nossa economia era possível termos uma indústria voltada para o mercado interno, era possível na nossa academia publicar artigos e livros apenas para o público brasileiro aproveitando-se das economias de escala de termos um país populoso. Também como na nossa economia, o contato restrito com o exterior impedia inovações de ponta, aproveitando pouco as externalidades de conhecimento que possibilitariam avanços maiores. Pessoas muito inteligentes talvez tenham deixado de fazer maiores contribuições à literatura por conta dessa estrutura que dava poucos incentivos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta é apenas uma reflexão aparentemente não-testável, mas não é um discurso anti-protecionismo e diminuidora de nossa capacidade intelectual. Meu posicionamento, assim como o de muitos estudos, é de que a economia brasileira era fechada <i>demais</i>. Talvez ainda seja. E assim como nossa economia, a academia brasileira certamente ainda é fechada <i>demais</i>. Isso nada tem a ver com ortodoxia ou heterodoxia. Enquanto não tivermos perspectivas <i>qualificadas</i> de fora do nosso meio, seja de outras formas de pensamento ou outros países e culturas, é impensável avançarmos cientificamente como um todo. O pensamento torna-se viciado e redundante, cria-se uma seita cujas contribuições tornam-se limitadas.<a href="https://www.dropbox.com/s/t6bbhgj8eqjtc0p/Sen%20-%20Como%20julgar%20o%20Globalismo.pdf"> Sen mostrou isso muito bem nesse texto</a>, em que ele comenta o avanço da matemática e a relação entre indianos, árabes e europeus. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por todos esses motivos, elogio a iniciativa da USP em estreitar relações com o exterior. Acho que isso inclusive valoriza meu diploma. </div>
Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-47631668515354907172013-03-20T10:52:00.000-07:002013-03-20T10:52:29.600-07:00III ENBECOEu participei da segunda edição do evento no ano passado, lá em Minas Gerais, tendo como anfitrião nosso amigo <a href="http://www.cristianomcosta.com/">Shikida</a>. Agora é a vez do evento ir lá para o Espírito Santo, com o <a href="http://gustibusgustibus.wordpress.com/">Cristiano</a>. Dessa vez não serei painelista e provavelmente não poderei comparecer. Mas fica a dica para quem puder!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-pxQArz2KZ4Y/UUjMAOEEcJI/AAAAAAAAFvA/-YcU2OqUn9o/s640/III-ENBECO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-pxQArz2KZ4Y/UUjMAOEEcJI/AAAAAAAAFvA/-YcU2OqUn9o/s640/III-ENBECO.jpg" width="479" /></a></div>
<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-68029155138377731502013-03-05T10:12:00.000-08:002013-03-05T10:24:30.543-08:00Evento sobre economia social e igualdade de oportunidades<a href="http://ecx.images-amazon.com/images/I/41YFIqSKonL._BO2,204,203,200_PIsitb-sticker-arrow-click,TopRight,35,-76_SX285_SY380_CR,0,0,285,380_SH20_OU01_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://ecx.images-amazon.com/images/I/41YFIqSKonL._BO2,204,203,200_PIsitb-sticker-arrow-click,TopRight,35,-76_SX285_SY380_CR,0,0,285,380_SH20_OU01_.jpg" width="150" /></a>A pesquisa do<a href="http://lattes.cnpq.br/6229063960067471"> Erik</a> é interessante: vocês devem conhecê-lo do blog <a href="http://hazardm.blogspot.com.br/">Moral Hazard</a>. Ele é um dos poucos que aplica os<a href="http://www.amazon.com/Equality-Opportunity-John-Roemer/dp/0674004221"> modelos do John Roemer de desigualdade de oportunidades</a> aqui no Brasil. Acho que entre brasileiros, temos também o <a href="http://econ.worldbank.org/external/default/main?authorMDK=125055&theSitePK=469372&piPK=64214942&pagePK=64214821&menuPK=64214916">Chico Ferreira lá no Banco Mundial</a>.<br />
<br />
Bom, ajudo a divulgar aqui o<a href="http://hazardm.blogspot.com.br/2013/03/1-encontro-do-nees.html"> evento dele lá na UFPB</a>. Parece estar bem interessante!<br />
<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-30722483763849697452013-02-25T17:22:00.000-08:002013-02-25T17:22:04.198-08:00Minicurso sobre origens legais e desenvolvimentoA pós-graduação da FEA-USP mais uma vez com um minicurso interessante: "The Law and History of Economic Institutions of Capitalism" com a professora <a href="http://www.law.umich.edu/FacultyBio/Pages/FacultyBio.aspx?FacID=aokisan">Veronica Santarosa</a>, da University of Michigan Law School.<a href="http://prpg.usp.br/cpgipe/paginas/mostrar/3462"> Conferir aqui!</a><br />
<br />Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-91949208207920967202013-02-18T20:22:00.003-08:002013-02-18T20:30:33.742-08:00Salário mínimo gera desemprego?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6c/Unemployed_men_queued_outside_a_depression_soup_kitchen_opened_in_Chicago_by_Al_Capone,_02-1931_-_NARA_-_541927.jpg/250px-Unemployed_men_queued_outside_a_depression_soup_kitchen_opened_in_Chicago_by_Al_Capone,_02-1931_-_NARA_-_541927.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6c/Unemployed_men_queued_outside_a_depression_soup_kitchen_opened_in_Chicago_by_Al_Capone,_02-1931_-_NARA_-_541927.jpg/250px-Unemployed_men_queued_outside_a_depression_soup_kitchen_opened_in_Chicago_by_Al_Capone,_02-1931_-_NARA_-_541927.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A polêmica está ocorrendo nos Estados Unidos: <a href="http://krugman.blogs.nytimes.com/2013/02/16/minimum-wage-economics/?smid=tw-NytimesKrugman&seid=auto">Krugman afirmou que não há evidência de que a política de salário mínimo afete o nível de emprego</a>, baseado <a href="http://www.cepr.net/documents/publications/min-wage-2013-02.pdf">nesse survey</a>. De fato, a questão não é fechada, mas um bocado de gente argumentou sobre os problemas da política de salário mínimo, incluindo o <a href="http://gregmankiw.blogspot.com.br/2013/02/why-9.html">Mankiw</a> e o <a href="http://www.thebigquestions.com/2013/02/18/thoughts-on-the-minimum-wage/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter">Steve Landsburg</a>.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No facebook, eu iniciei essa discussão, levantando reações interessantes do Guilherme Stein, do Felipe Garcia, do Ely Mattos e também do Prof. Sabino. Resumindo a discussão, desde<a href="http://press.princeton.edu/titles/5632.html"> os trabalhos de Card e Krueger</a>, suspeita-se que haja pouco efeito do salário mínimo sobre o nível de emprego, mas<a href="https://mitpress.mit.edu/books/minimum-wages"> outros estudos encontram resultados diferentes</a>. A questão é empírica, uma vez que a teoria pode gerar diversos resultados, como bem coloca o Hugo Jales na <a href="http://www.eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/file/Hugo_Jales.pdf">introdução de um trabalho</a> seu sobre os efeitos da política de salário mínimo no Brasil:</div>
<blockquote class="tr_bq">
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"In a simple one-sector competitive markets model economic theory predicts that there will be some unemployment effects as long as the minimum wage is higher than the market clearing wage. If there is some market power from the employer, then the introduction of minimum wage can lead to both employment and wage increases. In an economy with a large informal sector, where some employers do not comply with the minimum wage legislation, minimum wage might not generate unemployment effects even in the absence of market power from the employer. [...] the task of understanding the effects of minimum wage becomes mostly empirical".</div>
</blockquote>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como professor, acho importante mencionar os estudos existentes acerca do tópico, ao invés de <i>somente</i> mostrar a teoria de políticas de preços no modelo básico de oferta e demanda (isso evidentemente deve ser mostrado, mas não apenas). É fundamental que os alunos entendam as restrições de um modelo de equilíbrio parcial em concorrência perfeita. Pode muito bem ser verdade que o salário mínimo cause desemprego, como pode ser que não. Ademais, pode ser que o salário mínimo esteja abaixo do salário de equilíbrio do mercado de trabalho. De qualquer maneira, há outras questões interessantes relacionadas:<br />
<br /></div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">mesmo que haja aumento de desemprego, devemos pensar cuidadosamente na prescrição de política. Se a redução da desigualdade salarial for desejada, pode-se pensar em mecanismos compensatórios.</li>
</ul>
<ul>
<li style="text-align: justify;">pode ser que outras políticas (como as transferências de renda) sejam melhores (em termos de eficiência e eficácia) no combate à pobreza e à desigualdade do que a política de salário mínimo. </li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez essas sejam questões mais importantes do que a inicial: se salário mínimo gera ou não desemprego. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-1417664545218246012013-02-16T05:29:00.001-08:002013-02-16T05:30:28.342-08:00Igualdade e justiça<div style="text-align: justify;">
Talvez na semana do falecimento do filósofo <a href="http://www.guardian.co.uk/law/2013/feb/14/ronald-dworkin?CMP=twt_gu">Ronald Dworkin</a>, autor de livros como <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?isbn=8533621302&sid=1312101581071314018087439">"A virtude soberana"</a> e <a href="http://www.amazon.com/Taking-Rights-Seriously-Ronald-Dworkin/dp/0674867114">"Taking rights seriously"</a>, devamos falar sobre justiça e igualdade. Dworkin foi um dos principais debatedores sobre o problema da justiça distributiva pós-Rawls. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No facebook, tenho visto a seguinte figura sendo postada por aí:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEireRyGopOFOJngggzed3aY2CEKdXLRPWmQr8_a0C4XOl4Z2118aOsLT1QDLWwuGrD70V6CpftzgeiHbqI5KwrXGC7YCQty2iLS-nsB87fipdNlBQQv9AtomgaiamhlHU6ubiuEy_jLH9DO/s1600/58201_497340070309929_1068405179_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEireRyGopOFOJngggzed3aY2CEKdXLRPWmQr8_a0C4XOl4Z2118aOsLT1QDLWwuGrD70V6CpftzgeiHbqI5KwrXGC7YCQty2iLS-nsB87fipdNlBQQv9AtomgaiamhlHU6ubiuEy_jLH9DO/s320/58201_497340070309929_1068405179_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"></span></span></div>
<h5 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1,"tn":"K"}" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Três pontos na discussão que podem ser elucidativos:</span></span></span></h5>
<ol style="text-align: justify;">
<li><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">
Eu concordo com a ideia intuitiva do desenho: a de que igualdade
nos meios nem sempre é suficiente por conta das diferentes capacidades
de conversão de recursos em bem-estar (crítica de Arrow [Journal of Ph<span style="font-size: small;">ilosophy, </span>1973] e Amartya
Sen [em um monte de trabalhos] a John Rawls na questão dos bens
primários)<span style="font-size: small;"><span style="font-size: small;">.</span> </span></span></span></span></li>
<li><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-size: small;">D</span>e qualquer forma, a nomenclatura não é consistente na minha opinião. Toda teoria <span class="text_exposed_show">de
justiça requer algum tipo de igualdade (legal, de direitos, de oportunidades, de
recursos, de fins atingidos, etc.), como argumenta o Sen em "Equality of
what?" (é o primeiro capítulo dele do livro <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=560539&sid=2013184571049586879187518&k5=F29F4D1&uid=">"Desigualdade Reexaminada"</a>). Podemos pensar na primeira figura como igual<span style="font-size: small;">dade de meios <span style="font-size: small;">e na segunda como igualdade de fins. E há teorias de justi<span style="font-size: small;">ça que defendem<span style="font-size: small;"> uma ou outra <span style="font-size: small;">noç<span style="font-size: small;">ão.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span class="text_exposed_show"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></span></li>
<li><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span class="text_exposed_show"><span style="font-size: small;">N</span>a
verdade temos uma dificuldade enorme em definir o que é esforço do
indíviduo e o que está fora do controle dele (dotação genética,
background, etc.). Boa parte da discussão fica no "acho que isso se deve
mais à falta de esforço" ou "isso se deve às condições como ele foi
criado". Mesmo assim, a ideia de que se deve equalizar alguns fins
básicos e certamente as oportunidades me parece atrativa. Boa parte do
argumento do Rawls em favor do Princípio da Diferença se deve ao fato de
que as pessoas ganham ou perdem na "loteria": seja genética ou do
lugar/condições em que nasceu. O próp<span style="font-size: small;">rio Dworkin, a quem prestamos <span style="font-size: small;">h<span style="font-size: small;">omen<span style="font-size: small;">agem nessa semana, também <span style="font-size: small;">tra<span style="font-size: small;">tou do assunto, com a <span style="font-size: small;">defesa da ideia de um <span style="font-size: small;">"seguro" <span style="font-size: small;">para a loteria da vida. </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7764154604193312668.post-31906136020155123642013-02-07T10:34:00.000-08:002013-02-07T10:34:35.811-08:00Carta de Conjuntura FEE <a href="http://www.fee.tche.br/sitefee/download/carta/por/carta2202.pdf">Saindo quentinha hoje</a>.Thomas H. Kanghttp://www.blogger.com/profile/06380365717698098350noreply@blogger.com0